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Vale da Eletrônica cresce 20% e lidera mercado de segurança no Brasil

Com produção diversificada e avanço na área de softwares e IA, polo do Sul de Minas cresce acima de 20% e enxerga na Fivel 2025 mais oportunidades
Vale da Eletrônica cresce 20% e lidera mercado de segurança no Brasil
Entre 38% e 42% da matéria-prima utilizada na produção de um aparelho eletroeletrônico é importada, segundo dados do Sindvel | Foto: Reprodução Adobe Stock

O faturamento do Vale da Eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, registrou alta superior a 20% no acumulado dos cinco primeiros meses de 2025, na comparação com igual período do ano anterior, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto de Souza Pinto.

O motivo para o crescimento dos negócios é a consolidação do polo no mercado, além da diversidade dos produtos e dos lançamentos. Entre os itens da área de segurança produzidos no Vale da Eletrônica, destacam-se câmeras de vigilância, alarmes, sensores, interfones, vídeoporteiros, portões eletrônicos, além das tecnologias de reconhecimento digital e facial. “Dominamos o setor de segurança eletrônica no Brasil, abastecendo mais de 70% desse mercado”, observa.

Roberto de Souza Pinto
Roberto de Souza Pinto: abastecemos mais de 70% do setor de segurança eletrônica no Brasil | Foto: Divulgação Sindvel

Outra área com demanda crescente é o segmento de desenvolvimento de softwares, que podem ser embarcados ou de sistema, além de plataformas de rastreamento e telemetria.

O dirigente afirma que o resultado entre janeiro e maio de 2025 poderia ter sido ainda melhor, não fosse o cenário de instabilidade do mercado externo. Ele explica que o polo de Santa Rita do Sapucaí importa matéria-prima, como semicondutores, chips e memórias. “Entre 38% e 42% da matéria-prima utilizada na produção de um aparelho eletrônico é importada”, observa.

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Juros altos dificultam investimentos

Outro entrave enfrentado pelo setor produtivo, segundo o presidente do Sindvel, é a elevada taxa de juros vigente no País. “É um problema para qualquer tipo de indústria. Afinal, com os juros altos, o empresário se desestimula a investir em áreas como desenvolvimento de produtos, aumento da produtividade e outras melhorias essenciais para a produção”, afirma.

No início de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, voltou a aumentar a taxa básica de juros da economia, a Selic. A elevação foi de 0,5 ponto percentual, levando a taxa a 14,75% ao ano. Foi a sexta alta consecutiva da Selic, que atingiu o maior nível desde agosto de 2006.

Souza Pinto acrescenta que a dificuldade em encontrar mão de obra persiste no polo, que continua contratando para diversas áreas, como serviços gerais, montagem, suporte técnico, engenharia e pesquisa. “Temos uma demanda bastante diversificada. Estamos em plena contratação, já que mais de 70% das empresas têm vagas abertas”, relata.

Para promover ainda mais o polo, o dirigente destaca a realização da 17ª edição da Feira Industrial do Vale da Eletrônica (Fivel), organizada pelo Sindvel-MG e pela Associação Industrial de Santa Rita do Sapucaí. O evento está previsto para ocorrer entre os dias 22 e 24 de outubro deste ano, na Escola Técnica de Eletrônica (ETE), e pretende atrair investidores, empresários, pesquisadores e profissionais das áreas de tecnologia e inovação.

Apesar dos obstáculos, o presidente do Sindvel aposta no crescimento do polo em 2025, impulsionado pelos lançamentos de novos produtos e pelo uso de tecnologias como Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) e robótica. “Se nada interferir, o Vale da Eletrônica pode dobrar até o fim do ano – não em número de empresas, mas em visibilidade, qualidade dos produtos, faturamento e geração de empregos”, afirma.

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