Vale e UFMG firmam parceria para reaproveitamento de rejeitos da mineração

A mineradora Vale e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) firmaram, nessa terça-feira (15), uma parceria estratégica para o desenvolvimento de soluções inovadoras de economia circular no setor de mineração. O projeto batizado de Colab Mineração Circular conta com investimento inicial de aproximadamente R$ 6 milhões da companhia voltado para a criação e consolidação da iniciativa.
A parceria tem como objetivo promover maior sustentabilidade na produção de minério de ferro. Além disso, o foco do Colab está na identificação, incubação e aceleração de inovações destinadas ao reaproveitamento de rejeitos e resíduos da mineração, para transformá-los em novos negócios de base tecnológica com geração de valor para a sociedade.
O Colab de Mineração Circular será um ambiente colaborativo, aberto a empresas, universidades, empreendedores, governo, fundos de investimento e comunidades, criando um ecossistema robusto e integrado.
Próximos passos
Os próximos passos da aliança entre Vale e UFMG envolvem a estruturação da iniciativa e a prospecção de parceiros interessados em desenvolver novos negócios em mineração circular e gerar valor compartilhado para a sociedade.
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O gerente geral de inovação na Vale e coordenador do projeto na empresa, Leandro Augusto Teixeira, avalia que essa parceria entre a mineradora e a universidade é capaz de transformar o futuro do setor no País. Para ele, o segredo do Colab são as parcerias que serão formadas.
“A UFMG tem a excelência técnica que vai nos ajudar na destinação dos rejeitos da mineração, que é um grande desafio. Juntos, podemos alcançar uma mineração com mais sustentabilidade ambiental, social e de valor compartilhado”, afirma.
Enquanto a coordenadora do Colab na UFMG e professora do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Escola de Engenharia, Virgínia Sampaio Ciminelli, afirma que a iniciativa tem como meta ser referência mundial na mineração circular. Para ela, a parceria trará bons frutos, já que ele ocorre em um ambiente inovador e promotor de novos negócios.
“O que a diferencia de outras iniciativas é nosso interesse em identificar pesquisas de excelência no campo e de desenhar novos modelos de negócios”, afirma.
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A dirigente ainda destaca que a parceria traz diversos benefícios para a UFMG. Dentre elas estão:
- o fortalecimento do protagonismo da universidade nas agendas de inovação e de sustentabilidade;
- a integração entre ensino, pesquisa e extensão com foco em desafios reais;
- e a atração de parcerias estratégicas e do posicionamento da entidade como polo de referência em mineração circular.
“O Colab nos ajuda, ainda, a integrar diferentes áreas da engenharia em projetos inter e multidisciplinares, a impulsionar a inovação e o empreendedorismo de base tecnológica e a ampliar o papel da engenharia como agente de transformação territorial e ambiental”, diz.
Benefícios da parceria entre UFMG e Vale

O vice-reitor da UFMG, Alessandro Fernandes Moreira, destacou que os trabalhos realizados em conjunto com a Vale exemplificam os esforços da universidade na promoção de parcerias estratégicas com empresas.
Ele ainda aponta que a iniciativa é uma ação de empreendedorismo e inovação que vai ao encontro do Programa UFMG Sustentável, ação institucional da universidade que visa à promoção da sustentabilidade nas ações cotidianas.
“O Programa UFMG Sustentável atua nas dimensões energética, hídrica e ambiental. O Colab Mineração Circular se junta ao conjunto de ações do UFMG Sustentável e possibilita aproximar poder público, universidade e empresas”, diz.
Para Moreira, o projeto é uma ação importante para a área de inovação e empreendedorismo que busca impactos sociais e econômicos significativos. “Essa parceria contribui para a formação de alunos de graduação, mestrandos e doutorandos, integrando a presença da indústria na educação de engenharia”, afirma.
Já o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, avalia que essa parceria representa um avanço importante não só para a empresa, mas para todo o setor de mineração. Ele ressalta que o projeto busca transformar a mineração, com impacto social positivo para a sociedade, e está alinhada à visão de futuro da Vale.
Pimenta ainda aponta que a multinacional tem potencial de atingir 10% da nossa produção de minério de ferro de fontes circulares até 2030. No ano passado, a companhia produziu 12,7 milhões de toneladas de minério de ferro provenientes do reaproveitamento de estéreis e rejeitos.
“Queremos ampliar práticas sustentáveis e a colaboração com a UFMG trará um conhecimento acadêmico essencial para nossas atividades, o que ajudará a engajar a sociedade e os empreendedores locais para o tema”, destaca.
Ele também lembra que a mineração passa por uma fase de mudanças climáticas e outros desastres naturais. “Assim, precisamos entender que a mineração do futuro deve ser diferente da mineração do presente. Essa nova mineração deve gerar impactos positivos para a sociedade”, completa.
O vice-reitor da UFMG reforça que a inovação e o empreendedorismo devem buscar a geração de impactos positivos para o desenvolvimento social e econômico do Estado e do Brasil. “Além de proporcionar esses impactos positivos, o Colab Mineração Circular junta-se a várias outras iniciativas e projetos no ecossistema de inovação da UFMG para fortalecer o Programa UFMG Sustentável”, completa.
Já o diretor da Escola de Engenharia da UFMG, Cícero Starling, aponta que a sociedade passa por uma mudança de paradigma, uma vez que o conhecimento caminha lado a lado com o desenvolvimento sustentável. Ele ressalta que não devemos mais pensar apenas na economia, mas também no desenvolvimento sustentável.
“O Colab é uma evolução natural do novo modelo de ações de pesquisa e de desenvolvimento. A mineração sofre mudanças e temos o desafio de posicionar Minas Gerais como referência nessa nova mineração”, avalia.
Com informações da UFMG
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