Negócios

Vendas de material escolar devem aumentar na 2ª quinzena de janeiro

Pesquisas de preços e compras já estão acontecendo na Capital, mas depois do dia 15 devem ser ainda maiores
Vendas de material escolar devem aumentar na 2ª quinzena de janeiro
Perspectiva é de que as vendas de material escolar possam crescer até 30% neste início de ano | Crédito: Alisson J. Silva

Depois de reaproveitar o material escolar durante os anos de pandemia, o momento é de renovar os itens para o retorno das aulas em 2023. A perspectiva é que as vendas possam crescer até 30% frente ao mesmo período do ano passado, segundo empresários do setor. De acordo com eles, as pesquisas da lista de material escolar e também as vendas já começaram e devem se intensificar na segunda quinzena de janeiro, quando alguns consumidores retornam das férias. A última semana de janeiro e a primeira de fevereiro chega a ser considerada o “Natal” do segmento de papelaria.

O proprietário da papelaria Brasilusa, que conta com duas unidades na Capital, Marco Antônio Gaspar, estima alta na comercialização de 20% a 30% nesta época. “É hora de repor o material, depois dos anos de pandemia”, diz.

A Port, que atua nos segmentos de papelaria, informática e equipamentos para escritório, é outra empresa que aposta em incremento do setor de papelaria e prevê vendas acima de 20% no período de volta às aulas neste ano em relação a igual intervalo de 2022, segundo a gerente de varejo da empresa, Gislene Santana. Expectativa, conforme ela, que ainda pode ser revista para cima. “É uma previsão inicial”, frisa.

Ela conta que algumas vendas de material escolar já começaram em dezembro com os itens sendo usados como presente de Natal e que os resultados neste começo de ano estão surpreendendo. De acordo com a gerente, a tendência é que melhore ainda mais a partir da segunda quinzena de janeiro. “Agora, o auge mesmo é a primeira semana de fevereiro”, observa.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


A sócia do Leugim Magazine, Elisabeth Correia, diz que os negócios na área de papelaria começaram a melhorar com o retorno das aulas presenciais. “Só que em um primeiro momento, o consumo era para repor os itens que estavam faltando, já que os estudantes aproveitaram o material dos anos de pandemia. Eles tinham estoque”, diz. As vendas do segmento melhoraram em 2022, dobrando em relação a 2021, ano de desempenho que deixou a desejar. No mercado há 40 anos, a empresária estima alta entre 10% e 15% em 2023 para o período ante o resultado de 2022.

Assim como nas demais empresas, a Mixpel – Santo Agostinho Livraria e Papelaria já conta com movimento nas vendas voltadas para o retorno das aulas, conforme o proprietário Rodrigo Rodrigues de Souza. Até o momento, a demanda já cresceu 10% na comparação com 2022. “Existe uma demanda reprimida, há consumidores com saudades de comprar itens novos”, ressalta. A perspectiva é de intensificação do resultado com a aproximação da última quinzena de janeiro. “A expectativa é que o período da volta às aulas tenha alta de pelo menos 20% em relação ao ano passado”, aposta.

Livrarias sofrem com mudança no comportamento do consumidor

Enquanto as papelarias apostam em aumento das vendas, as livrarias torcem para que as vendas não caiam em 2023. O motivo é a mudança no material didático usado pelas escolas, com a adoção de apostilas, e o comportamento do consumidor, que busca sempre que possível fazer troca de livros ou comprar na internet.

Para o gerente da Savassi Livros Novos e Usados, Dilcésar Graciano Brandão, a perspectiva é de que as vendas se mantenham no mesmo patamar de 2022, com possibilidade de serem menores. “A redução pode acontecer, pois cada vez mais as escolas estão deixando os livros e adotando apostilas”, diz.

A intensificação da tecnologia também vem impactando o segmento, em especial, as livrarias de rua. “Além da aquisição de livros nas grandes lojas na internet, as mães criaram grupos de WhatsApp para troca de material e até mesmo compra de livros”, conta. Hoje, 95% das vendas da livraria são de livros usados.

Na Opus Papelaria e Livraria, no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul de Belo Horizonte, o movimento é considerado normal, segundo o gerente Josimar Araújo Vieira. Ele diz que a perspectiva é sempre de aumento nas vendas com o período de volta às aulas, no patamar de 10% a 12%. “Agora, se a gente manter o resultado do ano passado já será bom, o mais importante é não cair. O que nos ajuda é que temos muitos clientes fiéis. Agora, o que percebo no mercado é o aumento cada vez maior da opção pelos livros usados ou ainda a troca”, observa.

CDL prevê alta na venda do setor de livrarias e papelarias no primeiro trimestre de 2023

A expansão dos negócios do segmento de papelaria e livraria em Belo Horizonte deve variar de 5% a 6% no primeiro trimestre de 2023 frente igual intervalo do ano passado, conforme a economista da entidade, Ana Paula Bastos. “A expectativa é que a venda de material escolar seja melhor este ano, com a redução do desemprego e aumento da renda, além da renovação dos itens depois da pandemia. Só que a economia ainda não mudou de forma substancial de um ano para outro”, analisa.

Nos primeiros três meses de 2022, melhor período para o setor, alta foi 4,86% ante o mesmo período do ano anterior. Já no primeiro trimestre de 2021 frente igual intervalo em 2020, o resultado foi de queda: 8,67%. Em igual tipo de comparação em 2020 ante 2019, antes da pandemia, o recuo foi de 0,69%.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas