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Verdemar lança mais uma edição dos Cafés Campeões; produtor de Espera Feliz é bicampeão

Os grãos foram produzidos nas Matas de Minas, Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Chapada de Minas
Atualizado em 28 de abril de 2025 • 18:35
Verdemar lança mais uma edição dos Cafés Campeões; produtor de Espera Feliz é bicampeão
Onofre Lacerda, bicampeão do concurso, e a gôndola dos cafés campeões no Verdemar | Foto: Diário do Comércio/ Michelle Valverde

O aumento do consumo dos cafés especiais e a maior agregação de valor ao grão, o que gera retorno financeiro aos cafeicultores, têm estimulado os investimentos para ampliar a qualidade. O resultado tem sido positivo com cafés de várias regiões de Minas Gerais se destacando em concursos e garantindo um espaço especial nas gôndolas. Exemplo disso é o lançamento da linha de produtos premium do Verdemar que, por mais um ano, lança os “Cafés Campeões”. A linha reúne os grãos vencedores do 21º Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais – safra 2024, promovido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG).

A linha está em todas as 17 unidades da rede e reúne 12 cafés especiais. Os grãos foram produzidos nas Matas de Minas, Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Chapada de Minas. A linha, com opções de café torrado em grãos, moído para expresso e para filtro, contempla os grãos que alcançaram notas superiores a 85 pontos, segundo a metodologia da Specialty Coffee Association (SCA), referência internacional para cafés especiais.

Conforme o sócio-diretor da rede Verdemar, Alexandre Poni, este é o quinto ano da linha Cafés Campeões e a edição vem sendo marcada pela alta qualidade dos grãos e os preços mais valorizados, o que é importante para os cafeicultores. Para Poni, além de entregar ao consumidor final um café diferenciado, comprar os café campeões é um incentivo a melhoria contínua da qualidade: “Participar do concurso junto com a Emater é um incentivo à melhoria da qualidade, o que fazemos é único. A gente vem ensinando e compartilhando com os clientes para que eles consumam um café de alta qualidade. Este ano, os cafés estão com uma pontuação muito alta. Fico muito feliz com a força do concurso e a participação dos produtores”.

Poni ressalta que a edição é composta por microlotes e as expectativas de vendas são positivas, isso devido à qualidade alta dos grãos, o que é essencial para a consolidação no mercado. “Os cafés já estão nas lojas e as expectativas são positivas. Pela primeira vez, estamos lançando antes do inverno começar. Ao longo dos anos, conseguimos consolidar as vendas, os clientes têm valorizado a qualidade do café, apesar do preço estar mais alto”, acrescenta.

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Produtores dos cafés campeões do Verdemar
Produtores dos cafés campeões | Foto: Diário do Comércio/ Michelle Valverde

Preços remuneram produtores e estimulam investimentos

O coordenador técnico Estadual de Cafeicultura da Emater-MG, Bernardino Cangussu, reforça que os cafés campeões têm alto valor.  O Grande Campeão, por exemplo, foi vendido ao Verdemar por R$ 6 mil a saca, enquanto no mercado do café comum, os preços, atualmente valorizados, estão próximos à R$ 2,7 mil por saca.

“O Verdemar comprou cerca de 24 lotes, o que dá mais de 100 sacas a preços bem acima do mercado. Mesmo assim, o café chega a um preço acessível para o consumidor. O valor agregado pago pelo café é importante para o produtor, que passa a investir mais na produção dos especiais e também ganha qualidade de vida. Outro ponto importante é que o produtor que ganha um concurso, ele nunca mais é o mesmo. Porque ele só vai vender café especial daí para frente, o nome dele vai para o mercado. Então é importantíssimo para toda a região”, reforça.

Café bicampeão das Matas de Minas é destaque no Verdemar

Este ano, o grande destaque é o café produzido por Onofre Alves Lacerda, de Espera Feliz, na região das Matas de Minas. Ele foi o Grande Campeão. No concurso, o café alcançou 92,7 pontos e se tornou o primeiro bicampeão estadual da história do concurso, com vitórias em 2017 e 2024. Há quase 70 anos produzindo café, Lacerda destaca que os cuidados especiais e todas as etapas de produção são essenciais para ampliar a qualidade dos cafés.

“Comecei a mexer com o café desde os 6 anos. Meu pai sempre me ensinou a fazer as coisas boas, porque fazendo bem feito terá valor. O concurso da Emater-MG e a venda para o Verdemar valorizaram muito o nosso café. Então, está muito bom. Quando comecei, era muito difícil, as pessoas não acreditavam, mas, deu certo”, comemora.

Lacerda espera colher, agora em 2025, mais uma safra de alta qualidade: “A safra está muito boa, mês que vem começaremos a colher. Acredito que será de café especial, de 93 pontos”.

Márcia Mayumi Tomizawa, uma das vencedoras que negociou com o Verdemar Foto: Diário do Comércio Michelle Valverde

Café da região do Cerrado também está disponível no Verdemar

A cafeicultora Márcia Mayumi Tomizawa também foi uma das vencedoras do 21º Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais e negociou o lote vencedor junto ao Verdemar. O café, produzido em Carmo do Paranaíba, na região do Cerrado, obteve 88 pontos e conquistou o 1º lugar na Categoria Natural.

Conforme a produtora, a produção na Fazenda São Bento foi iniciada pelos pais dela em 1979. “Eu nasci praticamente no meio do café e, ano após ano, a gente vem investindo em qualidade e tentando melhorar as técnicas. No último ano, eu comecei a fazer as fermentações para conseguir um café com as notas sensoriais cada vez melhores e deu certo”, conta,

Em 2024, a produção total girou em torno de 3 mil sacas de cafés, sendo 5% de especial. Para 2025, a expectativa é colher um volume maior, pela bienalidade positiva. Entre os desafios para manter a qualidade, estão as condições climáticas que estão interferindo na safra, como a seca, as altas temperaturas e chuvas próximas à colheita. “Esperamos que o clima ajude ao longo da colheita e no pós colheita. Vamos continuar produzindo mais café e com mais qualidade, que gera um preço muito bom”, finaliza Márcia Tomizawa.

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