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Voluntariado corporativo multiempresas amplia resultados em Minas

Rede colaborativa tem adesão de mais de 100 empresas e atua em 70 municípios no País
Voluntariado corporativo multiempresas amplia resultados em Minas
A Comunidade de Voluntariado Corporativo (CMVC) foi criada há 10 anos pela CDM, em BH | Foto: Reprodução Pixabay

A Comunidade de Voluntariado Corporativo (CMVC) é uma rede colaborativa de empresas e organizações que promovem e fortalecem o voluntariado empresarial como ferramenta de transformação social e desenvolvimento humano criada há 10 anos pela CDM Projetos Sociais de Alto Impacto, em Belo Horizonte.

A rede conta com a adesão de mais de 100 empresas e atua em 70 municípios espalhados pelo Brasil. De acordo com a gerente de projetos da CDM e responsável pela CMVC, Vivian Ramos, o voluntariado corporativo multiempresas amplia o alcance das ações, diminuindo custos e evitando o retrabalho.

“Realizamos um trabalho de desenvolvimento de territórios. Com o propósito de encontrar o bem em cada um, articulamos empresas com suas diferentes expertises para grandes ações. Começamos por um diagnóstico profundo na comunidade escolhida para entender as suas necessidades e como cada empresa pode colaborar em rede com as demais. Dessa forma, evitamos que cada uma gaste tempo e recursos fazendo um diagnóstico, por exemplo, e aceleramos as ações”, explica Vivian Ramos.

Além de ser uma grande oportunidade para as comunidades atendidas, o voluntariado corporativo é uma ferramenta estratégica para a construção de cultura e clima organizacional, cumprimento das metas de sustentabilidade, atração e retenção de talentos, desenvolvimento de lideranças, além de ganhos de imagem e reputação.

“Nesses 10 anos, vimos o amadurecimento das empresas no olhar para essa área, indo da filantropia à responsabilidade social. Hoje existe uma estratégia de voluntariado corporativo com potencial de contribuição muito maior. Já tivemos em uma ação, por exemplo, três bancos participando lado a lado. A CDM dá consultoria para essas empresas e elas enxergam cada vez mais os resultados de imagem, desenvolvimento de liderança e clima”, pontua a gerente de projetos da CDM.

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) é uma participante ativa da CMVC e participou da última edição do Match CMVC, em agosto, em favor do Núcleo Assistencial Caminhos para Jesus. A instituição, com sede na região Norte da Capital, promove a inclusão social de crianças, adolescentes e adultos com deficiências múltiplas e de idosos em vulnerabilidade social, por meio do acolhimento e da assistência.

Segundo a superintendente de desenvolvimento sustentável da Copasa, Luciana Barbosa, o voluntariado corporativo é visto como um investimento estratégico pela companhia e as ações são alinhadas aos objetivos do negócio, ajudando a empresa a cumprir a sua função social.

“Com isso, mitigamos riscos no relacionamento com a comunidade e valorizamos o nosso capital humano. Tudo isso impacta a nossa performance em sustentabilidade. Quando nos unimos a outras empresas, o resultado é amplificado. A gente consegue potencializar as ações, com mais diversidade”, diz.

Ela afirma que a CDM é um catalisador, já que eles conhecem as empresas que fazem parte do comitê, bem como o perfil dos voluntários e fazem a integração, identificando as reais necessidades de quem vai ser impactado. “O último match foi em uma instituição com grande reputação no Estado. Estivemos presentes com educação ambiental e música. Foi um momento de integração e diversão para quem trabalha no núcleo e também participamos de um workshop voltado para autogestão dos gestores da instituição. É um voluntariado com abordagem estratégica”, destaca Luciana Barbosa.

Iniciativa aumenta alcance das ações

Também participante do último match, a mineradora AngloGold tem um programa próprio de voluntariado – De mãos dadas – desde 2004 e participa do CMVC desde o início, há dez anos. Para a coordenadora do voluntariado da AngloGold, Gabriele Fernandes, o voluntariado corporativo multiempresas promovido pela CDM amplia o alcance das ações e trabalha em prol da cultura do voluntariado no Brasil.

“Associamos o nosso programa aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e agora estamos redesenhando para incluir as melhores práticas ESG, fortalecendo a governança. Como empresa, temos nossos valores e um deles tem a ver com colaboração e desenvolvimento das comunidades”, destaca.

Para Gabriele Fernandes, a colaboração com outras empresas é fundamental porque permite o compartilhamento de experiências, ensinando e aprendendo com elas. “O match, foi um divisor de águas para nós e para os voluntários. Ele é uma oportunidade de oxigenação onde nos deparamos com causas muito maiores. A solidariedade tem a ver com o estilo da vida e com potenciais desenvolvidos através do bem. O perfume fica na mão de quem distribui flores. O voluntário tem a oportunidade de parar, respirar e transformar a vida em um entrega genuína”, ressalta.

A CDM faz parte do Movimento Minas 2032 – pela transformação global (MM 2032), liderado pelo Diário do Comércio. A iniciativa propõe uma discussão sobre um modelo de produção duradouro e inclusivo, capaz de ser sustentável, e o estabelecimento de um padrão de consumo igualmente responsável, com base nos ODS, propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015.

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