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Xampu made in MG ganha espaço no exterior

Xampu made in MG ganha espaço no exterior
Minha saga foi identificar a concentração correta do extrato de café, lembra Jackeline Alecrim | Crédito: Divulgação/Magic Science

O café é um dos principais itens da pauta de exportação de Minas Gerais. Agora ele começa a alcançar o exterior não apenas na forma de alimento, mas também cosméticos.

Há tempos estudados para o tratamento dos cabelos e problemas capilares, os grãos denominados ouro verde durante tanto tempo, agora têm seu extrato aplicado em forma de xampus, cremes e outros cosméticos para tratamento capilar produzidos em Ipatinga, no Vale do Aço.

A farmacêutica e pesquisadora Jackeline Alecrim criou a marca Magic Science, a partir de uma pesquisa acadêmica e já viu seu produto chegar espontaneamente a mais de 10 países. A meta agora é fazer uma exportação estruturada.

“Já tínhamos referências que a cafeína isolada tinha propriedades para inibir a produção da DHT, que é uma substância envolvida na calvície. Mas essa era uma atividade muito mediana. Imaginei que poderíamos usar a cafeína preservada junto com outras substâncias que poderiam potencializar o seu resultado. Por isso optamos pelo extrato biotecnológico, voltando para o mais natural possível. No lugar de isolar, a gente preserva o ativo. O produto tem uma cor e cheiro muito característico do café”, explica Jackeline Alecrim.

Lançado em 2017, o produto foi batizado de “Caffeine’s Therapy”. O primeiro lote tinha oito frascos de produtos. Hoje, são vendidos cerca de 10 mil/mês. Atualmente a linha é composta por 10 diferentes itens e ainda neste ano serão lançados mais seis. A linha é vendida em drogarias de todo o território nacional e também através de revendedores autorizados.

“Fiz contrato de confidencialidade com duas terceirizadas para produzir sob a minha supervisão. Se fosse esperar para ter dinheiro para construir uma fábrica, não seria tão cedo. No Brasil é difícil pesquisar e empreender. Só consegui realizar a pesquisa porque contei com o apoio do Pitágoras, onde estudei e depois fui dar aulas. Durante os meus quatro anos de pesquisa, a minha saga foi identificar a concentração correta do extrato de café, e quais os componentes deveriam ficar junto com a cafeína, e quais deveriam sair. Isso virou uma patente de inovação”, relembra.

Internacionalização – E é através de consumidoras brasileiras que moram em outros países que o produto começou a chegar ao mercado internacional. Elas se tornaram “embaixadoras” da marca. A abertura de uma loja-conceito também está nos planos da empresária. O faturamento da empresa em 2020 chegou a R$ 5 milhões.

“Ano passado foi de muito aprendizado. Conseguimos quebrar barreiras geográficas e enxergar muito mais longe com a internet do que a gente imaginava. Para 2021 são grandes as expectativas: cumprir a agenda de 2020 e alavancar o produto em outros países. Vamos fazer isso de maneira organizada e massificada”, completa a pesquisadora.

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