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Com atendimento personalizado, XP foca em planejamento patrimonial

Empresa diversificou o atendimento, indo além da gestão da carteira de aplicações
Com atendimento personalizado, XP foca em planejamento patrimonial
Crédito: Divulgação/XP Investimentos

Não é mais só com carteiras de investimentos, serviços bancários e oferta de crédito que instituições financeiras estão atendendo seus clientes. Visão de longo prazo e planejamento estratégico entraram na pauta dessas empresas, que agora apostam no acompanhamento mais personalizado e próximo ao assessorado, cuidando do seu patrimônio de forma mais ampla.

O chamado wealth planning, por exemplo, é destaque no portfólio de serviços da XP. Muito conhecida no mercado de investimentos, a empresa diversificou seu atendimento, indo além da gestão da carteira de aplicações. A ideia é que os assessores atuem não apenas focando em multiplicar o patrimônio dos clientes, mas também preservando os bens e ativos que ele adquiriu ao longo da vida, pensando no longo prazo.

Para isso, a XP tem uma equipe multidisciplinar, que inicia o trabalho mapeando o perfil do cliente e quais são seus objetivos, para então elencar as melhores ferramentas para ele. Assim, o atendimento vai além do papel mais “tradicional” de uma assessoria de investimentos, abarcando temas como gestão tributária, previdência privada e seguro de vida, distribuição entre eventuais herdeiros e até a dolarização de parte do patrimônio.

Nesse contexto, uma das estratégias sugeridas é a holding patrimonial: uma empresa que vai concentrar, formalmente, todos bens materiais e imateriais da família. Elas são muito buscadas por quem quer blindar o patrimônio, reduzindo os riscos de deixar todos os bens na mão de uma pessoa só. Isso porque ela pode contrair eventuais dívidas, por exemplo, e ser alvo de ações de cobrança e execuções. Em uma holding, os problemas jurídicos ou financeiros de um membro da família têm menos potencial para afetar os demais.

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O risco de brigas judiciais pelo espólio também é reduzido, uma vez que a sucessão é definida no contrato social da holding. Além disso, pensar a sucessão com antecedência é uma forma de reduzir consideravelmente os gastos associados à herança, como honorários advocatícios, tributos e taxas judiciais ou cartorárias. E é uma forma interessante, ainda, de organizar o comando dos negócios, indicando quais dos filhos ou herdeiros serão responsáveis por tocar a empresa.

“É comum que alguns clientes concentrem todas as finanças familiares em uma conta só e já vimos casos em que, na morte do chefe ou da chefe da família, o cônjuge e os filhos ficam sem acesso ao patrimônio. E não estamos falando apenas de imóveis ou veículos: às vezes, até mesmo as despesas do dia a dia ficam prejudicadas”, alerta Cecília Perini.

Economia tributária

No caso das holdings, a principal economia tributária é com o ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis ou Doação), que incide toda vez que um bem é passado a título de herança ou é doado após a morte do proprietário. Em discussão no Congresso Nacional, o tributo é alvo de ansiedade entre investidores por causa da expectativa de que a alíquota aumente – apesar de o teto ser de 8%, vários estados têm alíquotas progressivas que não chegam ao teto ou que só atingem esse valor caso o patrimônio seja mais alto. Com a possibilidade de ter que pagar mais, muitas pessoas anteciparam estratégias de planejamento sucessório para se encaixar nas regras atuais.

Enquanto em um inventário ele incide sobre o valor de mercado dos bens, na holding, o ITCMD é calculado com base no Imposto de Renda. Assim, mesmo que haja valorização ao longo dos anos, o tributo não aumenta no mesmo ritmo. Se a holding não envolver imóveis para locação e venda, e sim patrimônio que é usado pela família, ela também é isenta de pagar ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis).

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