Opinião

200 pistas de pouso!!!

200 pistas de pouso!!!
Crédito: Reuters/Amanda Perobelli

Cesar Vanucci*

Vamos atuar o mais rápido possível na assistência ao povo Yanomami e no combate ao garimpo ilegal” (Presidente Lula)

Para se ter  vaga ideia da complexidade que envolve o combate, indispensável e urgente, às atividades criminosas do garimpo e tráfico de drogas no território amazônico, onde se acha localizada a área reservada  aos yanomamis, aqui vão alguns dados impressionantes. Os invasores das terras indígenas, um contingente armado, estimado entre 20 e 30 mil pessoas, construíram uma estrada de 150 km e 200 pistas de pouso para aviões e helicópteros no meio da selva. Estalaram equipamentos de altíssimo custo para a dragagem das águas. Em ações esporádicas, a Polícia Federal, a Funai e outros órgãos oficiais conseguiram apreender entre aviões e helicópteros utilizados nas ilícitas operações, mais de 100 aeronaves. Os grupos criminosos responsáveis pelo contrabando de ouro e outras riquezas atuam mancomunados com elementos da “banda podre” da política. 

Ainda recentemente a Assembleia Legislativa de Roraima – vejam só o tamanho do absurdo! – aprovou projeto com o objetivo de impedir sejam destruídos, como manda a lei, artefatos empregados na dragagem ilícita das águas. O projeto em questão foi vetado pelo governador do estado. Todas essas estarrecedoras informações indicam certeiramente que o Estado Brasileiro está, até aqui, ausente do imenso pedaço de chão ocupado por essas ações de usurpação de direitos dos índios e lesivas aos interesses nacionais.

 A operação que o governo pretende desencadear com vistas a desarticular todas as engrenagens criminosas detectadas vai requerer mobilização de recursos consideráveis. Em recente reunião com os ministros da Casa Civil, Justiça, Defesa, Povos Originários, Direitos Humanos, Minas e Energia, Relações Institucionais; o comandante da Aeronáutica, presidente da Funai e com o secretário-executivo do Ministério da Saúde,  o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou a elaboração de um plano emergencial para o enfrentamento do garimpo ilegal e outras atividades criminosas, impedindo o transporte aéreo e fluvial que abastece os núcleos dos “foras da lei”. A determinação superior é também no sentido de obstaculizar o acesso de pessoas não autorizadas pelo Poder Público à região buscando não apenas impedir atividades ilegais, mas também a disseminação de doenças.

No tocante ao drama dos Yanomamis, a decisão prevê assistência nutricional e sanitária, com garantia de segurança para que os prestadores dos serviços de saúde possam realizar o trabalho nas aldeias. O trabalho abrangerá a criação de condições de acesso a água potável por meio de poços artesianos ou cisternas.

A opinião publica espera também do governo que foque atenções nas iniciativas que são tomadas na região amazônica por ONGs, várias estrangeiras, que em numero significativo, ali operam, de modo a identificar algum provável desvio de finalidade.

2) Parlamentares – Existem suspeitas de que alguns poucos parlamentares se envolveram na trama golpista de 8 de janeiro na capital da República. Vamos supor que nas apurações em andamento, esse fato se confirme.  Ou seja, provas apareçam quanto à desonrosa participação de deputados e senadores nos acontecimentos que conspurcaram as instituições representativas do Estado Democrático. Nessa hipótese, o Legislativo não poderá fugir ao dever de aplicar as sanções cabíveis aos que, supostamente,  numa  atitude pode se dizer autofágica, adotaram o abjeto procedimento.

3)Brocardo – Um brocardo famoso, de origem hispânica muito em voga na política, diz o seguinte: “Há governo? Pois, sou contra!” Com olho grudado nas articulações de bastidores na atualidade política, as más línguas andam propalando que, por aqui, vem prevalecendo um refrão ligeiramente diferente:” Há governo? Pois, sou a favor!” isso aí… 

*Jornalista ([email protected])

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas