Opinião

A fascinante história do genial Padre Landell

A fascinante história do genial Padre Landell
Crédito: Reprodução

“Minha obra-prima” (Hamilton Almeida, escritor)

“Minha obra-prima” – proclama, jubiloso, o autor.

Os que acompanham há anos o infatigável trabalho de Hamilton Almeida revolvendo as facetas de uma história fascinante, encoberta pelas brumas do esquecimento, ou já leram o livro “Padre Landell: o brasileiro que inventou o wireless” concordam em gênero, número e grau com a afirmação. Estamos diante, sim, de uma obra-prima, do ponto de vista literário e de documentação científica e histórica. Hamilton Almeida, titular absoluto do primeiro time de jornalistas da atualidade brasileira, traz a lume uma narrativa empolgante sobre um brasileiro genial que o obscurantismo cultural impediu de figurar na lista vanguardeira dos grandes benfeitores da humanidade. Na linguagem fluente do brilhante escritor, no resgate histórico reclamado por justiça, Padre Landell nos é mostrado como um “contemporâneo do futuro”, da envergadura científica de um Nikola Tesla, para citar apenas um de seus êmulos em matéria de sabedoria.

Conta-nos Gildo Magalhães da USP: “A história de Roberto Landell de Moura é ‘um retrato das vicissitudes que marcam a trajetória da ciência brasileira’.
Com poucos recursos financeiros, foi pioneiro na transmissão da voz por ondas de rádio, projetou a televisão etc. Abriu a porta que, nos tempos modernos, viabiliza diversas invenções sem fio, como o telefone celular. Envolto, porém, no conflito secular entre obscurantismo e ciência, teve os sonhos despedaçados, ficando à margem da memória oficial. Este livro lança novas luzes sobre a sua biografia. Detalha a inédita experiência wireless, revelando o conteúdo da mais antiga mensagem via rádio. Mostra que, nos EUA, ele foi reconhecido por outros inventores e que o seu nome transita entre membros do renomado IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers, a maior organização profissional técnica do mundo.
A obra postula um lugar na galeria dos gênios das telecomunicações para o brasileiro que inventou o wireless”.

Sobre Hamilton Almeida, nome exponencial do jornalismo investigativo, esclareça-se que ele começou a pesquisar as façanhas do Padre Landell ainda estudante na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). Não parou mais até esculpir esta obra-mestra. Iniciou a carreira profissional em São Paulo, como repórter da agência Telenotícias, do Grupo Visão. Em Porto Alegre, foi repórter de economia do jornal Zero Hora por mais de uma década. Em Buenos Aires, correspondente de ZH e, depois, da Gazeta Mercantil Latino-Americana, além de colunista da revista Imprensa e colaborador da rádio BBC, de Londres, para assuntos de economia. Investigações na capital do país vizinho levaram à escrita de “Sob os olhos de Perón”: o Brasil de Vargas e as relações com a Argentina (Record, 2005). De volta ao Brasil, atuou na CDN e é colaborador da revista Química e Derivados.

Hamilton pesquisou, durante várias décadas, no Brasil e no exterior. A obra revela detalhes da primeira transmissão de voz por ondas de rádio da história da humanidade e evidencia que o padre cientista brasileiro foi reconhecido, sim, postumamente, nos Estados Unidos, onde as suas patentes serviram de referência para outros inventores mais bem-sucedidos.

A fantástica e, ao mesmo tempo, dramática história do Padre Landell é um retrato das vicissitudes que marcam a trajetória da ciência no País.

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