A importância da geopolítica para as lideranças

A atenção do mundo outra vez voltada para os conflitos entre Rússia e Ucrânia mostram que a conjuntura geopolítica exige cada vez mais conhecimento de todos, especialmente das lideranças. Além disso, a globalização amplificou as oportunidades de comércio internacional sem precedentes para muitos países na categoria de economias desenvolvidas ou emergentes, o desafio de reorganização dos status econômicos das novas modalidades de fronteiras estava posto.
O PIB mundial poderia crescer mesmo que surgissem crises sociais e econômicas locais com a desindustrialização de certos países ou para outros abandonados. A história é escrita diariamente com leituras que podem escapar às atuais testemunhas. Por isso, a permanente atualização das lideranças e dos estudiosos das leis no cenário geopolítico é ainda mais fundamental nos dias de hoje.
Hoje a Europa está em guerra há mais de um mês. Em paralelo, há outro campo de batalha que é o da comunicação em um mundo ainda globalizado em termos de conexões digitais, exceto para aqueles países onde a censura e o acesso a certas mídias digitais foram proibidos. Seria inconsequente não pensar e pesar os impactos desta em todo o mundo. E para compreender bem o cenário é preciso boas referências da geopolítica internacional.
Como estudiosa de geopolítica e reitora de uma Faculdade de Negócios e Direito, minha missão é despertar e alimentar em nossos jovens estudantes e os profissionais que participam de nossos programas o desejo desta compreensão macro para desenvolvimento de análises e soluções de glocais, quer dizer de portes globais e locais.
No Brasil, tenho usado uma estratégia de acercamento por etapas, ao tema, árido por natureza, em minha comunidade acadêmica. Compartilho aqui vocês:
Compreender os desafios geopolíticos do mundo: equipar-nos com grades analíticas e despertar o gosto por informações sobre tais assuntos é o primeiro nível.
Segundo é: sempre imbuir-se de um espírito crítico e de uma capacidade de empatia para compreender melhor a história das partes envolvidas em um conflito, o que revela a lógica envolvida.
Ensino lúdico: eu mesmo ensinei geopolítica e muitas vezes convidei meus alunos a apresentar o conflito para ser analisado em jogos de role-playing onde cada grupo de alunos representava um dos beligerantes.
Manter o interesse em temas tão complexos não é tarefa fácil. Reitero que devemos sempre insistir em nossos limites para entender a complexidade do mundo. Asseguro: desistir seria pior!
É certo que além das grades curriculares de análise geopolítica que revelam as invariantes e lógicas das relações de poder em relação a territórios ou comunidades, é importante fornecer ferramentas inovadoras de direção para gestores acerca de temas subjacentes à geopolítica mundial. São eles a ESG, as novas regulamentações no mundo quando dizem respeito a Estados ou Uniões de países, as políticas sobre mudança climática, as movimentações de conflitos políticos e religiosos e, até mesmo sobre a gestão em cenário de pandemia e suas contingências.
Tudo isso deve fazer parte do currículo de nossas faculdades, cuja missão é formar profissionais de alto potencial reflexivo, propositivo e com responsabilidade ECOcêntrica glocal.
Dessa forma, a geopolítica e seus temas afins servirão para a multiplicação de empresas e cidadãos ativos e criadores de uma economia próspera por ser baseada no real desenvolvimento: a multiplicação do conhecimento.
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