A maior fábrica de alimentos do mundo

A céu aberto e cultivando milhões de hectares com grãos, cereais, oleaginosas, nutrindo rebanhos, que também resultam na oferta de leite, carnes e ovos, e não subestimando a fruticultura e a olericultura, a agropecuária é o maior chão de fábrica de alimentos do mundo e requer apoios da pesquisa e desenvolvimento, e passando pela difusão e adoção de inovações, logísticas operacionais e dependendo ainda do ciclo das águas, variações climáticas, distribuição regular das chuvas, irrigação por seus métodos, movida pela energia solar, agentes polinizadores, controle regular das pragas e doenças, cuidados renovados na colheita, transporte e armazenamento, redução de perdas nos circuitos da comercialização por vias internas e nas exportações.
E mais, exportando para 200 países, costurando acordos comerciais bilaterais, ofertando os mais variados produtos agropecuários às agroindústrias, compondo a cesta básica, e demandando ações concretas nos campos da bioenergia, biotecnologia, bem como a requerendo consideráveis avanços na redução de custos, agricultura de precisão, qualificação humana, nanotecnologia, melhoramento genético de plantas e animais, e difundindo também as plataformas digitais no conjunto da tomada de decisões!
E mais, os cenários rurais são também atingidos pelas migrações rumo aos centros urbanos, emergindo também a sucessão familiar a ser debatida no campo, ganhos de lucratividade e rentabilidade para quem planta e cria, emprego e renda; um universo de ampla magnitude e complexo por suas demandas e ofertas, dentro e fora da porteira da fazenda. Portanto, não é uma obra para amadores, a exigir também um sistema eficiente de agro informações cada vez mais ágil e acessível para dar suportes aos eventos tecnológicos/mercados ligados à agricultura familiar e aos médios produtores; e sem subestimar as contribuições dos grandes empresários do agronegócio brasileiro.
Noutros cenários, os pesquisadores e cientistas do agro poderiam ficar atentos à concentração de renda bruta em poucos estabelecimentos agropecuários, conforme estudos da Embrapa/Mapa, bem como de outros “Centros de Inteligência,” e avaliarem as presumíveis consequências socioeconômicas nos desempenhos da agricultura familiar e médios produtores rurais.
Haveria alguma relação e sinergias de causas e efeitos? Cenários agroalimentares e analíticos também os para economistas agrícolas e planejadores, suponho!
Quando se aborda a produção, produtividade e qualidade dos alimentos implica não somente em produtos agropecuários, mas também em contextos econômicos, sociais e ligados aos recursos naturais.
Assim posto, uma verdadeira simbiose indissociável para além da visão histórica de fomento agrícola, e até lembrando-se do conceito de agronegócio, em 1957, formulado pelos pesquisadores e professores John Davis e Ray Goldberg, ambos da Universidade de Harvard (EUA), criada em 1636 e detentora de 151 prêmios, incluindo vários Prêmios Nobel! Ciência & Tecnologia. Esse conceito ainda é motivo de controvérsias no mundo acadêmico!
Os ganhos de produção e produtividade do agro brasileiro são substantivos desde a década de 1970 e resultam de seis condicionantes associadas, entre outras; políticas agrícolas, mercados atraentes, pesquisa, adoção de inovações nas culturas e criações pelos empreendedores rurais.
E mais, crédito rural como ferramenta inovadora, não apenas um empréstimo bancário, e assistência técnica pública e não governamental ao que se podem agregar, como apoios adicionais, os programas televisivos ligados ao agro brasileiro num elenco de outros meios e métodos de comunicação com o diverso mundo rural; um universo potencial de atendimento da ordem de 5,067 milhões de estabelecimentos agropecuários brasileiros, e sabendo-se que apenas 20% deles receberam assistência técnica regular (IBGE/Censo Agro 2017).
No período de janeiro a maio de 2021, as exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 50,2 bilhões, sendo que sobressaem em valores correntes; China (39,56%); União Europeia (UE-27 países/ 14,14%); e EUA (6,35%); sendo o superávit de US$ 44,0 bilhões até agora (Mapa). Faz-se claro que a maior fábrica de alimentos do mundo engloba todos os países produtores, e não apenas o Brasil, embora seja um grande produtor e exportador!
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