Opinião

A sede nova da ACMinas: sonho e realidade

A sede nova da ACMinas:  sonho e realidade

A nossa centenária instituição (1901), nos últimos 100 anos, sempre esteve no mesmo endereço, em sede própria, no nobre e histórico endereço da Avenida Affonso Penna, nº 372, em quatro majestosos andares, o último deles com um anfiteatro de 180 lugares. Ali se construiu uma extraordinária e vitoriosa jornada em relação a vários temas e realizações caras a Minas e ao Brasil, dentre as quais merecem destaques: a criação da Usiminas; a criação da Fiat automóvel; o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (em vários tempos: sua construção, sua viabilização no contexto nacional, sua concessão e sua internacionalização, sua interação na concessão do símile da Pampulha); a manutenção da fotografia e da unidade de Minas, quando da pretensão de desligamento da região do Triângulo Mineiro foi urdida em seu interior, numa sadia conspiração; mais recentemente, a interface das instituições privadas com as autoridades públicas no enfrentamento da pandemia do coronavírus, mais do que relevante, foi fundamental. Nesse mesmo tempo, na ACMinas nasceu a proposta de uma “Pacto Nacional” e se público o “Segundo Manifesto dos Mineiros”. Atualmente, são 18 os operosos conselhos setoriais e 15 são os Grupos de Trabalho cuidando de missões específicas. Tanta história e tantos fazeres asseguram à nossa ACMinas um título que bem a identifica no epíteto: “ACMinas – A Tribuna do Empresário e das Instituições”. 

O Centro Antigo de Belo Horizonte reclama, urgentemente, atenção e cuidado, revitalizando-o e restaurando seus monumentos (que são tantos) e este é um dos programas ao qual a atual administração tem dedicado carinho especial (aguardem pelo resultado do projeto: Belo Horizonte Sempre Viva – Metrópole inteligente e humanizada), e esta consideração, um dado da realidade, veio a ser relevante na empreitada de mudança de sua sede. 

As últimas diretorias da nossa instituição, todas, cada uma delas a seu modo, cuidaram do assunto da mudança de sede, mas, há de se reconhecer, não se tratava de questão fácil de ver resolvida. Afinal, numa instituição com 121 anos de existência, ocupando sede própria por mais de um século, a mudança exigia cuidados especiais. O endereço atual, edificação de 4 pavimentos, se tornou, por razões várias, impróprio para abrigar a nossa ACMinas. Dos seus quase 3 mil metros quadrados, três quartos de suas instalações estão vazias, ociosas. O seu anfiteatro, dos mais antigos da área central de Belo Horizonte, acumula inconvenientes que inviabilizam o seu uso racional. O leito da Avenida Afonso Pena, naquele sítio em especial (outrora reconhecida como a Wall Street mineira), não mais é ocupado por instituições representativas. Todas, afinal, já encontraram abrigos noutros nobres pontos da capital mineira. 

Reconhecido esse quadro, faltava encontrar um local que merecesse a presença da ACMinas como sua casa nova e foi assim que a sorte sorriu para a nossa centenária instituição. Por obra e arte da vitoriosa empresária mineira Maria José Capanema, foi-nos disponibilizada área suficiente no sétimo andar de seu belíssimo Edifício Capanema, localizado à Rua Paraíba, nº 1.465, com direito a uso de portaria e de um anfiteatro (este sob demanda) de modo que, Eureka! A realização de um acalentado sonho se tornou uma possibilidade real. A sede nova está na melhor posição da região do Centro-Savassi e, portanto, não se está abandonando o centro de nossa Belo Horizonte. 

Para a deliberação, em si grave, onerosa, arrojada, ousada, todos os cuidados de natureza jurídico-institucionais foram adotados. Reconhecida a possibilidade da mudança (na verdade, uma oportunidade), a proposta foi encaminhada, discutida e votada em reunião extraordinária do Conselho Superior da Casa (com aprovação por unanimidade); foi submetida à sessão extraordinária da Diretoria Plena e aprovada; foi encaminhada à Assembleia Geral Extraordinária de Associados (com aprovação por unanimidade); e, por fim, foi levada à Diretoria Executiva, órgão ao qual cabe a execução daquilo que deliberado pelos demais órgãos (e também ali foi aprovada por unanimidade). 

Com o aproveitamento da quase totalidade do mobiliário já existente, com uma racionalização na utilização do espaço, a nossa Associação Comercial e Empresarial de Minas – ACMinas -, com uma celebração à altura do arrojado empreendimento, estará, a partir do dia Primeiro de Setembro de 2022 de sede nova. Está semeada a semente para fazer nascer e vicejar como um novo jequitibá (para homenagear a flora brasileira) ou como um novo cedro libanês (expressão corrente) pelos próximos 121 anos por vir. 

A data escolhida, noutro bafo de sorte, coincide com a celebração dos 200 anos da Proclamação da Independência, e, portanto, a celebração programada será também um marco, monumentalizando esta data cívica. 

Sobre a sede antiga: Já está sendo criado Grupo de Trabalho (na verdade uma Comissão de Notáveis) para melhor orientar a sua destinação. Neste ponto, duas são as considerações a serem recolhidas. A ACMinas necessita cuidar da perenização de suas receitas, zelando pelo seu futuro. O esvaziamento da sede antiga (o que nos encherá de saudade, de boas recordações) corresponde à primeira contribuição que a ACMinas dá como passo significativo na revitalização do centro de nossa Belo Horizonte. 

É necessário, ponto finalizando, registrar, emocionado, o agradecimento desse hiperbólico voto de confiança que toda a instituição, associadas(os) e seus órgãos internos, conferem à atual diretoria. A ACMinas – Tribuna dos Empresários e das Instituições tem perfeita consciência de sua responsabilidade social, olhando pelo retrovisor, com uma biografia já escrita, mas, principalmente, olhando para frente, disposta e animada para o enfrentamento de todos os desafios que virão.

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