Opinião

A sustentabilidade econômica, social e ambiental

A sustentabilidade econômica, social e ambiental
Crédito: Freepik

Os passivos econômicos, sociais e ambientais, sinérgicos, existem há séculos nessa presumível caminhada rumo ao futuro que, de longo prazo, é uma hipótese a ser testada no Brasil e no mundo. Essa trilogia, contida acima no título deste texto, foi também colocada num discurso público do presidente Biden (EUA), sem dúvida alguma, o país mais poderoso desse planeta Terra. Contudo, são profundas as diferenças entre os países ricos, emergentes e pobres, com relação seus respectivos desempenhos econômicos, sociais (qualidade de vida ou bem-estar social) e disponibilidades e acessos aos recursos naturais, basicamente solo, água, fauna e flora, não raro, escassos, a depender dos continentes da Terra.

Além disso, as condicionantes e os modelos de desenvolvimento sustentáveis nessa trilogia proposta num universo geográfico de tamanha magnitude, demandas, ofertas e complexidades não seriam necessariamente os mesmos e exigiriam milhares de pesquisas e análises consideravelmente sofisticadas, logísticas eficientes de levantamentos de dados, com tecnologias de ponta, equipes de cientistas e pesquisadores, talentos humanos qualificados para transformar milhões de dados em informações, e informações em conhecimentos à adoção de boas práticas sustentáveis no campo e nas cidades!

Presumivelmente, trilhões de dólares disponíveis para bancar essa conta, e ainda atender às necessidades básicas dos atuais 8 bilhões de habitantes e projeção de 9,5 bilhões de habitantes em 2050, mobilizando também governos, lideranças, agentes de mudanças, políticas públicas, e a sociedade organizada, com seus diferentes níveis de educação, compartilhamentos, e envolvendo até crenças, hábitos e costumes, alguns consolidados ao longo de séculos de vivências e convivências nesse planeta Terra, onde as barreiras físicas são também superadas através dos meios de comunicação e outras plataformas digitais derivadas dos avanços consideráveis da Ciência & Tecnologia. Acesso ao conhecimento precede às mudanças econômicas, sociais e ambientais! Essa é a lógica.

E o Brasil, como protagonista no que lhe compete numa tese globalizante? Fazendo-se uma leitura panorâmica limitada reúne condições básicas para ser um estratégico parceiro na mitigação das mudanças climáticas, menos discursiva e mais pragmática, onde seus “Centros de Inteligência” apresentam um volume substantivo de boas práticas ligadas aos recursos naturais e à produção de alimentos, sustentáveis, citando-se, entre outras, as ligadas à conservação do solo e da água, gestão de inovações, plantio direto, melhoramentos genéticos de plantas e animais, que aumentam ganhos de produtividade e qualidade, defensivos biológicos, nanotecnologias!

Acrescentando-se ainda o Programa ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono/Mapa), com suas variantes tecnológicas, biotecnologias, biodiesel, biomassa, energia limpa renovável, mais de 5.000 produtos e subprodutos de base florestal, reciclagens diversas e ambientalmente corretas, tecnologias embarcadas nos “insumos” agrícolas, pecuários e florestais, e um vigoroso e histórico agronegócio, desde a metade da 2ª década de 1970, bem como milhões de hectares de pastagens degradadas, que podem ser recuperadas e agregadas à agroeconomia sem derrubar árvores, citando-se a Integração Lavoura, Pecuária e Floresta, e adicionando o crédito carbono: moeda verde!

A segurança alimentar, como conceito e prática é multifatorial e multidisciplinar na sua concepção, planejamento, execução e avaliação. A sustentabilidade econômica de quem planta e cria é indissociável da segurança alimentar e da sustentabilidade dos recursos naturais. Causas e efeitos! Os ganhos de produtividade na agricultura, incluindo-se a irrigação, por unidade de área cultivada reduzem as pressões ligadas à expansão do fator terra, embora não limite o crescimento das fronteiras agrícolas e havendo estímulos dos mercados interno e externo. Há razões para um otimismo sensato e atuar tecnicamente no que fizer diferença num universo de aspirações econômicas, sociais e ambientais, continentais, que implicam, repetindo, em trilhões de dólares. 

A competição por mercados deixa rastros bem visíveis na economia mundial. Não existe almoço de graça nos negócios internacionais, pois quem compra também quer vender!

O desenvolvimento sustentável passa também pelas logísticas operacionais, substantivos investimentos em “Pesquisa & Desenvolvimento”, educação de qualidade, democratizada, saúde pública e privada, distribuição da renda per capita, habitação, saneamento básico, acesso à informação científica e tecnológica, universidades, sistemas de pesquisas e escolas sintonizadas com o viger do século XXI.

O desenvolvimento é construção coletiva na redução das desigualdades econômicas e sociais! E mais, sistemas eficientes de acessos às tecnologias, produtos e serviços, portanto, resumindo, uma tarefa hercúlea, desafiante, instigante e indispensável num amplo mosaico de demandas continentais. Vale adicionar que as paisagens rurais e urbanas, preservadas e conservadas, são também atrativos ambientais, culinários, culturais e históricos estratégicos para o turismo interno e externo, que gera emprego e renda. O futuro começou ontem!

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