Algumas anotações

“Faltam informações” (Domingos Justino, a propósito da “varíola do macaco”)
1) Varíola do macaco – Contabilizando já perto de 100 mil pessoas infectadas, com alguns óbitos, “a varíola do macaco” compeliu a organização mundial da saúde a decretar “estado de emergência mundial”. Os Estados Unidos, por sua vez registrando algo por volta de 10 mil casos, anunciou “emergência nacional”. Os mais de 3 mil casos constatados pelas autoridades brasileiras levaram o Conselho de Secretários de Saúde dos Estados a recomendar um anúncio emergencial. Nada de subestimar essa nova epidemia e deixar tudo como está pra ver como é que fica. Sem essa de classificá-la como uma “variolazinha” de nada e favorecer a propagação da doença por falta de informação técnica adequada e por excesso de “fakes” maldosamente elaboradas pelos negacionistas de plantão. Os órgãos competentes estão demorando demais da conta a fornecer explicações de utilidade pública. Como ocorreu, anos atrás, com a Aids, nos fragmentos de notícias divulgados, o que mais se ouve é que a “varíola do macaco” surgiu em cena por práticas promíscuas de pessoas do mesmo sexo. É imprescindível que o povo saiba do que se trata. Não nos esqueçamos de que cientistas abalizados vêm alertando sobre riscos iminentes de outros surtos pandêmicos capazes de imporem sofrimentos ao ser humano, como se não bastassem os flagelos sem solução à vista detectados em tudo quanto é canto deste maltratado planeta.
2) Poliomielite – O Brasil chegou a anunciar bom pedaço de tempo atrás, a erradicação da poliomielite. O fato foi saudado em verso e prosa com louvores às autoridades sanitárias do país pelas campanhas vacinais exitosas executadas em larga escala. Entristece-nos, muito, na hora presente, tomar conhecimento de que a ameaça da paralisia infantil nos espreita, pelo descaso, envolvendo órgãos de saúde e pais quanto à importância da imunização. As estatísticas não mentem, deixando-nos em desassossego. Muita gente atribui ao negacionismo científico, com sua histeria antivacinal, a culpa pelo que anda rolando nesta vertente da saúde preventiva. À saúde pública cabe, em primeiro lugar, a adoção de medidas que revertam esse estado de coisas.
3) Posse no TSE – Repórteres atentos detectaram cena singular na memorável solenidade de posse do ministro Alexandre de Moraes no TSE. Destoando da reação do público de 2.000 pessoas presentes ao evento, que prorrompeu em aplausos prolongados entusiásticos em várias passagens do discurso do novo presidente da Corte eleitoral, pequeno grupo manteve-se mudo e quedo que nem penedo. Com visível desconforto, fazendo, “cara de paisagem”, o grupo era composto, pelo presidente Jair Bolsonaro, familiares, assessores e ocupantes das pastas ministeriais do governo.
4) Santa Dulce dos pobres – A Igreja escolheu o 13 de agosto como dia litúrgico em louvor à primeira Santa brasileira, Irmã Dulce dos pobres. Em Salvador, onde a religiosa realizou, anos a fio, estupendo trabalho apostólico, voltado ao atendimento das classes mais humildes, a comemoração deste ano foi marcada por lances devocionais emocionantes. Nem todos sabem que a Irmã Dulce dos pobres recebeu carinhosa homenagem, em Belo horizonte, numa solenidade, nos anos 90, por iniciativa da Federação das indústrias de Minas Gerais. A entidade conferiu-lhe o título de “Construtor do Progresso”.
Ocorre-nos anotar, a propósito, que outro nome legendário da vida religiosa brasileira, poderá vir a ser em breve beatificado. O Vaticano autorizou a instauração de processo relativo ao assunto envolvendo a figura de Padre Cícero, alvo de forte veneração popular no Nordeste. Como se sabe, a beatificação é o primeiro passo para canonização. O reconhecimento da condição de santidade decorre da comprovação de atos milagrosos atribuídos ao personagem.
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