Opinião

Ao alcance da vontade

Ao alcance da vontade
Crédito: Ueslei Marcelino/Reuters

Aos mais afoitos, ou do contra, cabe lembrar que o presidente Lula está completando seu primeiro mês de governo e num contexto de dificuldades sem paralelo. Ainda apaga incêndios, ainda lida com a sensibilidade daqueles grupos que se imaginam acima de tudo e de todos, donos de um poder que eles mesmos se conferiram. Definitivamente não é pouca coisa para que o presidente da República já seja cobrado, ou até acusado, com a má vontade que alguns nunca disfarçaram, mesmo quando o crescimento acelerado do País era apontado como resultado da conjuntura externa favorável. E não estamos falando aos que são contra ou a favor. Preferimos falar aos que, de fato, são a favor do Brasil, afinal os que mais importam, como se necessário fosse lembrar-lhes que temos muito a fazer.

Para isso, e por enquanto, deixemos de lado as emergências, que já foram apontadas, são conhecidas e estão sendo atacadas, numa escala de prioridades. Tentemos olhar mais à frente, imaginando um caminho para que o País volte a crescer, gerando empregos, gerando renda e consumo na escala necessária para sua efetiva recuperação. Com boa dose de otimismo, imaginando também programas permanentes, de Estado e não de governo, com a permanência necessária para que o sucesso seja garantido. Repetindo, não um programa do Lula ou do PT, para ser automaticamente atacado pela oposição, mas um programa do Brasil para o Brasil. Tao difícil quanto necessário, apesar da indigência intelectual que consome a política em nosso País.

Arriscamos afirmar que entre tudo isto é o mais essencial, a tal virada de chave de que tanto falam. Um esforço que deve começar pela identificação das vocações da economia brasileira para que em torno delas seja construído um projeto bem feito, de agregação de valor. Tudo isso no contexto da necessária recuperação da indústria, melhor, reindustrialização, da geração de empregos de qualidade e renda que recupere também a capacidade de investimento do Estado nas áreas críticas que são de sua competência. O sucesso só acontecerá se formos capazes de caminhar nessa direção.

E sem perder de vista que este processo de transformação depende também de reformas sempre adiadas, seja a já apontada reforma tributária, seja o alívio da pressão do Estado sobre a iniciativa privada, produzindo eficiência e ganhos de competitividade. Como já foi dito muitas vezes, simplesmente não atrapalhar já ajudará muito.

Tudo isso perfeitamente possível, ao alcance se todos pensarmos menos nas próximas eleições e candidaturas e mais, muito mais, naquilo que pudermos entregar ao Brasil e aos brasileiros que mais precisam.

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