Aquecimento, terrível ameaça
“Estão mentindo. Os resultados serão catastróficos”
(António Guterrez – Secretário-geral da ONU)
Não bastassem as calamidades em que a humanidade já tropeça a cada momento – desigualdades sociais, pobreza extrema, pandemia, guerras etecétera -, gerando compreensível angústia e até pânico, outros flagelos, com data marcada para acontecer, são apontados como iminentes por organizações respeitáveis, engajadas em ações e estudos relacionados com o futuro da espécie humana.
Painel sobre Mudanças Climáticas da ONU concluiu que os três próximos anos são cruciais para manter o aquecimento do planeta dentro da meta firmada por 196 países no Acordo de Paris.
Reportagem recente do “Jornal Nacional” informa que tempestades assustadoras, cidades debaixo d’água ou sem água: cenas que vão se tornar cada vez mais comuns se o mundo não agir agora. E é agora mesmo: “Agora ou nunca”. As revelações são atordoantes, segundo a mesma fonte.
Cientistas do já citado Painel Intergovernamental da ONU ressaltaram com todas as letras: “As emissões de gases de efeito estufa que têm causado o aquecimento global estão nos níveis mais altos da história da humanidade.” Os mesmos pesquisadores registram que as emissões estão no caminho para mais do que dobrar o limite de aquecimento do planeta previsto no Acordo de Paris, de 1,5° para 3,2° até o fim do século. Dizem mais os especialistas: a não ser que haja uma substancial mudança de rumos, os próximos anos serão bastante críticos. Dá para reduzir as emissões pela metade até 2030 e até 70% até 2050, desde que elas atinjam o pico antes de 2025. Nessa corrida contra o tempo, os combustíveis fósseis são um obstáculo gigantesco. É preciso diminuir o consumo de carvão, petróleo.
O relatório divulgado em trechos essenciais pelo JN alinha propostas contendo orientação sobre o que pode ser feito para evitar um futuro extremamente ameaçador. Essas orientações abarcam desde nossa alimentação até os meios que utilizamos nos nossos deslocamentos para o trabalho e outros pontos referenciais na lida comunitária.
António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, chega a expressar temores de que o mundo se torne “inabitável”. Segundo ele, “Alguns líderes governamentais e empresariais estão dizendo uma coisa, mas fazendo outra. Ou seja, estão mentindo. E os resultados serão catastróficos”.
Outra instituição que também tornou pública suas apreensões com relação ao aquecimento global foi a Organização Mundial da Saúde. A OMS destacou que 99% dos habitantes do planeta respiram ar fora dos padrões de qualidade, e o resultado é devastador: 7 milhões de mortes que poderiam ser evitadas.
A reportagem do JN explica que as partículas finas de poluentes são capazes de penetrar profundamente nos pulmões e entrar na corrente sanguínea, provocando impactos respiratórios, cardiovasculares e até derrames. Para melhorar o ar que respiramos, a OMS pede mais investimentos em transporte público, por exemplo. No modo de entender da OMS, caso o mundo consiga reduzir a poluição do ar aos níveis recomendados, mais de 5,5 milhões de mortes podem ser evitadas por ano.
O documento é taxativo: as mudanças climáticas são a maior ameaça à saúde da humanidade. Ações decisivas – acrescenta-se – precisam ser tomadas para conter o aquecimento. Os efeitos desse estado de coisas desassossegantes aí estão: calor extremo, inundações, secas, incêndios florestais, furacões. O ano de 2021 já bateu infindáveis recordes. E as consequências das mudanças climáticas para a nossa saúde são reais, devastadoras.
A diretora da OMS para assuntos de Meio Ambiente, Mudança Climática e Saúde, Maria Neira, explicou que as alterações no clima estão afetando os pilares da nossa saúde: abrigo, alimentos, água e qualidade do ar. “A queima de combustíveis fósseis está nos matando”.
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