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A 25 de Março e o Pix: ataque de Trump está saindo pela culatra

Mídia norte-americana afirma que parcela da população dos Estados Unidos reprova atuação do presidente em negociação com o Brasil
A 25 de Março e o Pix: ataque de Trump está saindo pela culatra
Foto: Leah Millis/Reuters

Ataque de Trump ao Brasil está saindo pela culatra” (“Jornal Washington Post”)

O tarifaço (leia-se a chantagem) anunciado por sua Alteza Real, o autoproclamado Imperador Trump I, continua rendendo manchete e perplexidade. As circunstâncias advindas do tresloucado ato trazem interrogações sem conta, criando cenários surreais.

A reação oficial brasileira, como já dito, tem sido impecável. Tanto no repúdio à intolerável tentativa de interferência em nossa vida política quanto na disposição serena de se buscar, pelo diálogo civilizado, uma solução para a pendência comercial. Cuidemos de avaliar agora outros aspectos da bizarra contenda.

A imprensa americana tem se mostrado bastante crítica na avaliação do comportamento de seu governante. Influente jornal caracterizou essa conduta como um bullying ao Brasil que não deu certo, um tiro que saiu pela culatra e que teve o condão de beneficiar politicamente o presidente Lula. É o caso também de dizer, quanto à deslealdade praticada por pai e filho contra o país, que o tiro acertou em cheio o pé do clã Bolsonaro. Com iminente risco de amputação. Noutra publicação recente, jornal inglês estabelece um paralelo entre atuação de Trump e Bolsonaro em suas tentativas golpistas, acrescentando que o brasileiro, diferentemente do americano, está sendo processado pelo malfeito.

As ridículas sanções aplicadas aos ministros da Suprema Corte e ao Procurador-Geral da República foram vistas, mundo afora, como mais uma inverossímil prova do desvairado autoritarismo que vem maculando as ações do dirigente estadunidense. Outra situação estarrecedora é a alegação de Trump de que o comércio varejista da Rua 25 de Março, em São Paulo, ameaça a estrutura econômica dos Estados Unidos, tanto quanto o Pix… dá procês? Qualquer estagiário de clínica psiquiátrica prescreveria, de cara, para paciente nesse estado o uso de “camisa de força”.

Apurações solicitadas pela Advocacia Geral da União e autorizadas pelo STF podem chegar, em breve, a conclusões altamente impactantes. A Polícia Federal, o Banco Central, querem saber qual foi o grupo de investidores ou o investidor que promoveu na bolsa de valores, no dia do anúncio do tarifaço, transações danadas de suspeitas. As aquisições de dólar em baixa foram feitas minutos antes da carta de Trump ser publicada. Minutos depois da divulgação os dólares foram vendidos já em alta, proporcionando aos autores da operação lucros assombrosos, calculados em bilhões de dólares. Segundo especialistas, o manejo da dinheirama, caracterizado como crime, só poderia ter sido executado por alguém, dentro ou fora do país, com acesso privilegiado à informação da decisão (leia-se chantagem). Seja esclarecido que a maracutaia foi denunciada por operadores financeiros dos EUA. Aguardar os próximos capítulos.

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