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A parte X do Brasil

A parte X do Brasil
Crédito: Freepik

De acordo com o psicoterapeuta americano Phil Stutza, Part X é aquela força invisível que não te deixa mudar, portanto, impedindo a evolução humana.

Pois bem, o Brasil tem essa força bem latente.

Ao mesmo tempo que tenta oficializar o mercado de carbono, tão propagado como o salvador da pátria, tramita leis retirando o setor que mais emite carbono. 75% das emissões brasileiras são causadas pelo uso da terra e do desmatamento.

Não podemos esquecer que o mercado de carbono regulado no que diz respeito a floresta não pode ser equacionado sem antes resolver a questão fundiária na Amazônia.

Tudo isso fruto de um lobby de um setor que se enaltece como produtor de alimento para o mundo e, portanto, tudo vale para protegê-lo, mas ao mesmo tempo desprovido do conhecimento sobre a diretriz que o mundo está adotando com o advento da união da biologia de precisão com a fermentação que pode dizimar a produção de proteína animal do mundo através do seu modelo “food-as-service”, que produzirá uma proteína trinta vez mais barata que a proteína animal e de maneira local. Se esse movimento se concretizar, áreas de pastagem e de plantio de soja (cuja produção para destinação de alimentação animal é de cerca de 75% do total) serão fruto de redirecionamento para outras culturas.

Dessa forma, esse grande e descabido apetite por terras indígenas será totalmente em vão.

Outro salvador da pátria, o hidrogênio, propagado com cifras trilionárias, até o momento não há um só eletrizador encomendado até 2030. E já tramitam leis buscando a reserva de mercado para o hidrogênio verde, podendo somente ser gerado por fontes energéticas intermitentes frente a um grid com aproximadamente 90% de geração limpa. Sem contar com o pitoresco ministro de Minas e Energia advogando em benefício do gás natural.

Num momento que o mundo todo se mostra colaborativo com o Brasil para mitigar as questões das mudanças climáticas, principalmente com o foco na preservação da floresta Amazônica, os nossos legisladores (cuja grande maioria possui níveis sofríveis de notório saber) aprovam leis que permitem invasões a territórios indígenas, colocando em risco não somente o bem-estar dessa população, que depende da floresta como a própria floresta. Sem contar com o anúncio descarado de uma empresa estatal de explorar combustível fóssil (aquele que toda humanidade está em busca de eliminar) em área amazônica. Uma verdadeira aberração governamental.

Sem contar que nunca na história desse país pudemos contar com tantos doadores para nos ajudar a conservar a floresta Amazônica e até explorar o potencial da bioeconomia dela. Entretanto, nossa incapacidade de estruturar projetos com o viés do equilíbrio socioeconômico-ambiental também é gritante.

Mas há sempre uma luz no fim do túnel de boas práticas.

Foi lançado o programa mutirão das árvores. Uma iniciativa que visa o plantio de 1 bilhão de árvores em todos os biomas brasileiros, através das redes escolares e seus alunos. Uma iniciativa da Fundação Pitágoras em parceria com o Consórcio Brasil Verde (21 estados brasileiros) e a Fundação R20. O piloto será no estado do Espírito Santo, com previsão de plantio de 20 milhões de árvores até 2030.

E voilá! Assim segue o Brasil… Ao menos plante sua árvore!

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