Absurdos de Trump: umas e outras do ‘candidato ao Nobel’

“Trump piorou muito depois do último surto.” (Ana Mayã, poeta)
Por mais que se queira, fica difícil pacas, para articulista atento à profusão de coisas sem nexo, que andam rolando no mundo, ignorar as ordens executivas emitidas por um governante que sonha tornar-se imperador e, ainda, abiscoitar, de lambuja, o prêmio Nobel da Paz pelo fato de “ter acabado com todas as guerras”…
Trump trabalha obsessivamente, dia e noite sem parar, no sentido de construir uma nova ordem econômica e política global, indiferente aos sinistros riscos que suas manobras inconsequentes acarretem.
Em suas mais recentes investidas contra sagrados postulados democráticos, no âmbito estadunidense, vem censurando órgãos de comunicação social, chegando a ameaçá-los, no caso específico da televisão, com retirada da permissão oficial de funcionamento. Alegando supostos tumultos de rua, categoricamente desmentidos pela imprensa, vem deslocando tropas federais para cidades governadas por adversários democratas. Abriu processos criminais contra funcionários graduados da Justiça e Segurança pública que, no passado, atuaram nos numerosos casos em que ele, no mandato anterior, figurou como réu. Demitiu do serviço público cientistas e educadores comprometidos com as causas do desenvolvimento sustentável e ambientalista. Determinou censura prévia no tocante a informações transmitidas por jornalistas credenciados junto ao departamento de guerra, antes denominado departamento de defesa. Furibundo, vetou a presença na Casa Branca de jornalistas internacionais, que em seus despachos referiram-se ao “Golfo do México”, rebatizado pelo todo poderoso, pouco depois de sua posse, de “Golfo da America”. Aplicou tarifaço de 100% sobre filmes de procedência estrangeira.
Ordenou que vistos consulares para acadêmicos de outros países só sejam concedidos depois de análise do conteúdo de suas manifestações em redes sociais. Na elaboração do orçamento de 2026 é certa a redução substancial de recursos para assistência à saúde de parcelas menos favorecidas da população. Paralelamente a isso, tem-se como inevitável maciça demissão de servidores engajados nessa área de atuação, como já ocorreu, em larga escala, noutros setores de serviços essenciais.
Tão longo cortejo de despautérios tem gerado muito mal-estar com intensas reações de ordem legal na vida econômica e política dos Estados Unidos. Donald Trump explicita com clareza estelar o tom de seu segundo mandato. Sua vocação autoritária emite alerta quanto à eventualidade de rupturas institucionais. Na grande nação do norte, muitos consideram que a era Trump se mostra bem mais sombria do que o período obscurantista do macarthismo.
Quanto ao encontro com Lula nascido de “química irresistível”, segundo Trump, esperar pra ver.
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