Alerta para os golpes na locação de imóveis

Há anos se repetem golpes na locação de imóveis. Pessoas mal intencionadas se passam por corretores e anunciam imóveis com preços atrativos, dispensando fiadores ou seguro-fiança, justamente para facilitar o fechamento do contrato e atrair vítimas. Em muitos casos, o golpe consiste apenas no recebimento indevido de aluguéis adiantados ou o depósito de caução. Quando o proprietário verdadeiro tem conhecimento prévio da fraude, geralmente impede a posse do inquilino que foi enganado.

Em outras situações, o contrato de locação chega a ser formalizado por ter o locador confiado, equivocadamente, a intermediação a uma pessoa que se apresenta como corretor. Esse suposto profissional chega a redigir o contrato, inspirando confiança no inquilino, que, por sua vez, realiza pagamentos diretamente ao intermediador, muitas vezes com o atrativo de desconto ou outras vantagens. O resultado é que o locador acaba não recebendo esses valores.

Muitos inquilinos desconhecem os riscos de fechar contratos de forma remota, sem comparecer à sede de uma imobiliária e sem realizar qualquer verificação prévia. Alguns só descobrem que o dinheiro que pagaram foi desviado ao receberem a visita de um Oficial de Justiça para citá-los com a Ação de Despejo movida pelo proprietário que não recebeu os aluguéis.

A reincidência desses golpes em grandes centros urbanos, como Belo Horizonte, tem gerado preocupação. A prática envolve falsos corretores que anunciam imóveis residenciais e comerciais pela internet, sem qualquer registro no Creci ou sede física da suposta imobiliária. A orientação nesses casos é clara: sempre busque atendimento presencial, verifique a existência da empresa por meio do CNPJ e o tempo de existência, bem como da reputação da imobiliária no Reclame Aqui.

A recente matéria exibida no programa Domingo Espetacular, da TV Record, intitulada “Inquilinos e proprietários denunciam falso corretor de desviar dinheiro do aluguel em São Paulo” – disponível no Youtube – ilustra o modus operandi desses golpistas, que criam um ambiente para convencer os pretendentes à locação a aceitarem as propostas sedutoras.

A divulgação dessas fraudes é fundamental para alertar a população sobre os cuidados que deve tomar, especialmente se feitas exclusivamente por meio virtual, sem contato com uma imobiliária física e consolidada..

Ao locador, cabe refletir sobre quem será nomeado como seu procurador. A preferência deve ser por empresas tradicionalmente estabelecidas, que atuem de forma transparente e não ofereçam “descontos” como armadilhas.

A partir do momento que o locador autoriza a intermediação, vindo o falso corretor a desaparecer, ficará no prejuízo, pois não poderá cobrar novamente do inquilino de boa-fé. O prejuízo, nesse caso, recai sobre o próprio locador, que terá que buscar ressarcimento judicial junto ao golpista, o que se mostra tarefa quase sempre frustrada diante da dificuldade de localizar e responsabilizar os autores da fraude.