Do amadorismo à excelência: como transformar a gestão no setor de eventos

O cenário dos eventos no Brasil vive um paradoxo inquietante. Por um lado, a capacidade de execução — casamentos, formaturas, aniversários e outras celebrações — tem surpreendido pela criatividade e dinamismo; por outro, a gestão dos mesmos ainda revela um setor muitas vezes marcado pelo amadorismo e pela falta de rigor contratual.
Recentemente, um caso de Maringá (PR) ganhou os noticiários: a Polícia Civil registrou 300 boletins de ocorrência contra uma única empresa de eventos, por diversas festas pagas e não realizadas. Quando os registros chegaram a 120, o prejuízo estimado dos clientes já alcançava R$ 3 milhões. Esses números evidenciam um risco real para os consumidores, que se veem vulneráveis a acordos informais e diversos tipos de golpes.
Trabalhando no setor de eventos há mais de 15 anos, pude constatar que muitos fornecedores operam sem a formalidade necessária — não há contrato, não há recibo, e o cuidado básico com a documentação simplesmente não existe. Tenho acompanhado a transformação de pequenos negócios em médias empresas sem que a gestão evolua de forma proporcional. Já vi, por exemplo, uma doceira que, ao crescer, viu seu empreendimento se tornar um buffet, mas a estrutura administrativa do seu negócio não acompanhou esse salto.
Essa realidade aponta para uma falta geral de profissionalização no setor, que, por sua vez, continua crescendo. Segundo a Associação Brasileira de Promotores de Eventos (ABRAPE), 2025 deve fechar com aumento de 3,1% no número de empresas abertas, chegando a 103 mil, e de 1,1% no número de empregos formais, o que representa a geração de mais 45,2 mil postos de trabalho em todo o país.
Para minimizar riscos na hora de organizar um evento, sempre recomendo aos meus clientes adotar medidas cautelosas na escolha da empresa responsável. É fundamental obter referências de antigos clientes, assim como verificar a existência do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) junto à Receita Federal e buscar certidões negativas do PROCON e do Poder Judiciário. Também recomendo fazer pesquisas na internet, consultando sites como “Reclame Aqui”, analisando a avaliação nas redes sociais, e, se possível, conferir pessoalmente a movimentação no local do evento na véspera da realização.
Além disso, a tecnologia pode ser uma grande aliada nessa área — tanto para empresas de eventos quanto para pessoas que estão organizando suas próprias festas. Com o avanço dos softwares e plataformas integradas, é possível centralizar o acesso a documentos e contratos, a gestão de equipes, a listagem de fornecedores, a organização do estoque, o controle financeiro e muito mais.
Eu acredito que a união entre criatividade e rigor administrativo é o caminho para que possamos oferecer experiências inesquecíveis, livres dos transtornos que infelizmente ainda marcam uma parcela significativa do mercado de eventos. É notável que somos um setor que ama o que faz, queremos fazer direito. Por isso, nos capacitar para a gestão e investir em tecnologia é o caminho para que cada celebração seja realizada com a seriedade e o cuidado que ela merece.
Sobre a MeEventos – Fundada em 2014, com sede em Belo Horizonte (MG), a MeEventos é uma plataforma integrada para a gestão de eventos, desde o gerenciamento de equipes e freelancers até o controle financeiro. A MeEventos é usada para a gestão, em média, de 15 mil eventos por mês, atende 1,6 mil empresas de todo o setor de eventos em três países — Brasil, Portugal e Estados Unidos —, e sua plataforma conta com 8,5 mil usuários. A empresa faturou R$ 4 milhões em 2024 e projeta um faturamento de R$ 7 milhões em 2025. Em 2025, a MeAcademy se consolida como principal canal de profissionalização do mercado de eventos e será lançado o MeHub, um hub de inovação pensado para atender necessidades específicas do mercado de eventos com soluções inovadoras. Saiba mais.
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