Cessar-fogo em Gaza é uma luzinha no fim do túnel

“Foi um grande dia para Israel” (Benjamin Netanyahu, no 1° estágio do Acordo de Paz)
Gaza, outubro de 2025. Uma luzinha é acesa no final de extenso túnel mergulhado em espessa escuridão. Dois anos se passaram desde o sinistro atentado terrorista e o início da guerra apavorante que encharca de sangue, outra vez mais, a Terra Santa. No mundo inteiro, mentes e corações fervorosos agarram-se, esperançosamente, ao ramo de oliveira suspenso no ar empesteado dos campos de batalha.
À hora em que estas considerações são colocadas no papel, negociadores de várias nações traçam um roteiro de ações a ser rigorosamente observado pelos obstinados “senhores da guerra”. O roteiro aponta o rumo a ser seguido na conquista da paz. Paz essa profundamente enraizada na consciência e nos sonhos de mulheres e homens de boa vontade em todos os rincões de nossa conturbada aldeia global.
Apelos vindos de toda parte, nascidos do bom senso, contribuíram para que a proposta dos EUA, a princípio recebida com alguma relutância pelos litigantes, desembocasse na mesa de conversações. Os primeiros passos já foram dados, compreendendo o cessar-fogo e a libertação dos reféns israelenses e prisioneiros palestinos.
O que virá na sequência? Levando-se em conta a ardente expectativa de que tudo siga em frente de forma harmoniosa, poderemos ter na região que abriga o berço da cultura religiosa da humanidade, até que enfim, uma trégua duradoura capaz de garantir positivas confabulações políticas e diplomáticas com o endereço certeiro da paz definitiva.
Empõe-se reconhecer que o itinerário a ser percorrido até o ponto pretendido nos generosos anseios de paz da humanidade é extenuante. Comporta perigo sem conta, não há como duvidar. Faz todo sentido, temer – queira Deus que isso não se confirme – a eclosão de atos radicais provocados por grupos, comprovadamente avessos à coexistência pacífica, lado a lado, das nações israelense e palestina. Não constitui segredo pra ninguém a existência de fanáticos fundamentalistas, uma minoria bastante belicosa potencialmente capaz, caso permaneça fora de controle, de torpedear o acordo em andamento. Como sabido, há quem alimente o desejo insano de riscar do mapa o Estado soberano de Israel, há também, do outro lado, quem se contraponha irracionalmente à implantação do Estado soberano da Palestina. Uns e outros servem a causas deletérias que retardam, obviamente, a evolução civilizatória.
Merece registro, por derradeiro, a circunstância que levou o presidente dos Estados Unidos a mudar sua política em relação a Gaza. A condenável agressão de Israel ao Catar, um aliado americano no oriente médio, forçou Donald Trump, a pressionar o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu para aceitar o acordo de paz.
Que todos os estágios do acordo sejam cumpridos à risca!
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