Cinco frentes de Inteligência Artificial nos negócios

Aconteceu em Londres um dos eventos mais importantes da agenda de inteligência artificial no mundo dos negócios, a AI Summit 2024. Mais de 4 mil pessoas — executivos, investidores e especialistas em tecnologia — de 76 países se reuniram para discutir os avanços da IA nas organizações.
Cinco temas traduzem bem onde as empresas estão concentrando seus esforços: produtividade, otimização, pesquisa e desenvolvimento, atendimento ao cliente e criação de conteúdo.
1) Produtividade
Nesta dimensão as empresas já têm colhido bons frutos. Um estudo colaborativo recente de Harvard, BCG e MIT concluiu que os consultores participantes da pesquisa, auxiliados por IA, completaram 12% mais tarefas, terminaram suas listas de atividades 25% mais rápido e incrementaram em 40% a qualidade do que produziram.
No entanto, é preciso cuidado. Muitos gestores relatam que, ao falar em IA e produtividade com suas equipes, o primeiro temor é o desemprego. Por isso, defendo o discurso que tem se provado através das pesquisas: não é substituição, é colaboração. Em uma palestra recente sobre IA e Futuro do Trabalho para um grande banco digital, mostrei que os melhores resultados da IA estão associados à colaboração eficiente entre humano e IA, cada um se ocupando do que faz melhor.
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2) Otimização
Aqui em Portugal, onde realizo uma pesquisa sobre IA e Educação, este é o motivo pelo qual 1 a cada 10 empresas adota a IA. Não é para menos, este uso move mais rapidamente os ponteiros da organização. Para você ter uma ideia, de acordo com relatório da Bain & Company, a IA generativa possibilita um aumento entre 5% e 10% das receitas de vendas do varejo.
Sabe o que mais traz resultado? Soluções com foco na personalização de compras. E não é só o varejo que tem tido sucesso neste campo. A Unilever afirmou durante o AI Summit que tem usado a IA para otimizar formulações de produtos, identificando ingredientes para substituir aqueles que são caros, escassos ou insustentáveis.
3) Pesquisa e Desenvolvimento
A Unilever também apresentou usos da IA pelo seu time de pesquisa e desenvolvimento. Este uso se justifica especialmente pela grande capacidade da IA de processar e analisar grandes volumes de dados. Além disso, é possível contar com a automatização de tarefas repetitivas durante o processo de pesquisa, o que acelera o desenvolvimento.
4) Atendimento ao Cliente
Algumas marcas falaram sobre os assistentes de compras que estão desenvolvendo para oferecer ajuda, orientação e aconselhamento ao cliente. Dentre os assistentes estão o Shopping Muse, da Mastercard — que promete revolucionar a forma como os consumidores procuram e descobrem produtos no catálogo digital dos comerciantes —, e o Beauty Genius, da L’Oréal, que cria rotinas personalizadas de cuidado dos cabelos.
5) Criação de Conteúdo
Ferramentas de IA podem ser utilizadas para aumentar a qualidade do conteúdo. Um outro estudo do BCG revelou que a IA pode melhorar em até 90% nossa performance na criação de conteúdo. Isso é possível porque a potência da IA é associada à capacidade criativa e estratégica do ser humano.
Durante o AI Summit, quem mostrou que já está dando largos passos neste sentido foi a L’Oréal, que falou sobre o Creaitect, um laboratório interno de produção de conteúdo de beleza com ajuda de IA. Executivos da Mars, maior fabricante de doces e chocolates do mundo, compartilharam que ferramentas de IA generativas estão permitindo que suas equipes de marketing diminuam os prazos de produções visuais de meses para uma semana.
E a sua empresa, já avançou em alguma destas frentes?
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