Clamor das ruas: segurança pede decisões urgentes
“É preciso que haja integração nacional, porque o crime hoje não é apenas local nem nacional, mas possui dimensão global” (Ministro Ricardo Lewandowski)
O clamor das ruas não pode ser olvidado. Basta de procrastinação. A momentosa questão da segurança pede tomada de decisões urgentes.
O assunto não pode ficar confinado a estéril debate semântico. Nem tampouco a mera disputa por protagonismos com fitos políticos. O que a sociedade ardentemente almeja é o anúncio de um projeto consensualmente firmado pelas lideranças no sentido do combate articulado e eficaz contra o chamado “crime organizado”.
A expressão “hedionda” é mais que suficiente para descrever os graves delitos cometidos pelas facções. Isto posto, o que se espera ser feito adiante são ações de repressão vigorosa, bem concatenada, com emprego do aparato de inteligência é o enfrentamento sem tréguas das quadrilhas, com desmantelamento de seus núcleos operacionais, a identificação de seus perversos esquemas de infiltração na máquina pública, a recuperação e ocupação adequados dos territórios dominados e o encarceramento das cúpulas dirigentes do sistema mafioso, estejam onde estiverem. Operação dessa envergadura requer impecável espírito de integração e cooperação entre os órgãos de segurança das esferas federal, estadual e municipal.
O Ministério Público, a Receita Federal e o Judiciário têm papel relevante em todo esse processo de desarticulação das falanges criminosas. Não há lugar no sistema nessa conjugação de vontades envolvendo todas as alçadas de governo, para mesquinhas divergências motivadas por vaidade ou politiquice barata. Conceber a hipótese – como foi inacreditavelmente aventado – de limitar a participação da Polícia Federal, talvez o nosso mais bem aparelhado e eficiente órgão de segurança, na grande ofensiva de desbaratamento das fileiras criminosas, é algo inteiramente desprovido de bom senso e juízo.
O mesmo se aplica a outros órgãos envolvidos no combate ao crime organizado. Outro ponto relevante a considerar diz respeito à identificação pronta dos integrantes do alto comando mafioso. Recentemente, bem-sucedida operação policial atingiu em cheio inimaginável complexo de negócios administrados por facções, envolvendo redes de postos de gasolina, usinas, motéis, lojas de conveniência, outras atividades supostamente “legais”, até uma refinaria. Não são ainda conhecidos, como seria pedagogicamente desejável, os nomes dos principais implicados, provavelmente cidadãos de conduta sombria infiltrados em posições destinadas, na vida republicana, a cidadãos “acima de qualquer suspeita”. Impõem-se, no modo de entender de muitos, que os nomes dos criminosos de “colarinho branco” sejam sempre declinados, assim que caracterizada sua culpabilidade em atos ilícitos.
Encurtando razões: as definições legais e as ações práticas no combate às facções carecem ser adotadas já, imediatamente, com a máxima urgência.
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