Confira como foi a participação de Minas Gerais na Expo Osaka

Estar entre o seleto grupo de líderes sindicais escolhidos para integrar a “Missão Japão 2025”, organizada pela Fiemg em parceria com o Governo de Minas Gerais, foi uma grande honra e satisfação. Foi uma ação estratégica, com o objetivo de estreitar parcerias comerciais entre empresas mineiras e investidores japoneses, além de consolidar Minas como um destino seguro e promissor para novos investimentos.

A missão foi enriquecida pela presença de empresas brasileiras de renome, com suas marcas e representantes – Vale, Usiminas, Gerdau, Sigma e Anglo American – além de lideranças políticas e institucionais. Entre elas, o governador Romeu Zema; as secretárias Mila Correa (Desenvolvimento Econômico) e Marília Melo (Meio Ambiente); o presidente do Silemg, Guilherme Abranches; o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe – líder maior da missão -; o cônsul honorário do Japão em BH, Wilson Brumer; o presidente do Sebrae Minas, Marcelo de Souza Silva; o CEO da Invest Minas, João Paulo Braga; além de deputados estaduais e federais.

Um dos pontos altos da agenda foi a visita à Expo 2025 Osaka — feira mundial realizada a cada cinco anos desde 1851, com duração de seis meses. O país-sede constrói uma estrutura monumental para receber pavilhões de centenas de países. Este ano, o Japão criou uma ilha artificial feita de madeira encaixada, sem pregos — uma verdadeira obra de arte arquitetônica.

Mais de 100 países participam, divididos em pavilhões temáticos com o que têm de mais inovador. O Brasil marcou presença com destaque em sustentabilidade, cultura, biodiversidade e negócios, apresentando setores como turismo, agronegócio, mineração e aeronáutica. Minas Gerais teve papel de protagonismo, com a maior delegação empresarial e governamental da missão brasileira até o momento.
Entre os pavilhões mais marcantes, destaco a Alemanha, com economia circular e construção sustentável; a Argentina, com inovação social; a França, com engajamento global; os EUA, com exploração espacial e IA; e o Japão, com harmonia entre vida, cultura e tecnologia.

Além da Expo, visitamos indústrias, universidades, pontos turísticos e culturais. No meu grupo, tivemos a honra de visitar a sede da Panasonic, onde fomos recebidos pelo presidente mundial da empresa, que nos saudou com um discurso em português e destacou a importância da fábrica em Extrema (MG), ativa desde 2012.

A relação entre Minas e Japão é antiga e sólida. Desde 1958, com a Usiminas, passando pela Panasonic, a indústria de lítio no Vale do Jequitinhonha – a maior da América Latina – e os mais recentes projetos em semicondutores, essa parceria tem se fortalecido.

Outro momento marcante foi o curso de imersão na Universidade de Osaka, onde conhecemos o processo de desenvolvimento de um robô industrial, da concepção à aplicação. A didática e o foco em pesquisa impressionaram.

O Japão é, sem dúvida, referência em tecnologia e inovação. Mas o que mais me marcou foi sua cultura: disciplina, respeito às pessoas e instituições, cuidado com os espaços públicos e um senso coletivo admirável. Lá, não há lixeiras nas ruas – nem lixo. Cada cidadão é responsável por seus resíduos. Nas escolas, são os próprios alunos que limpam as salas. A hierarquia é vivenciada desde cedo, inclusive nos uniformes.

O trânsito é outro exemplo: em cruzamentos de Tóquio, milhares de pessoas atravessam simultaneamente, com impressionante ordem. A gastronomia também surpreende pela qualidade, organização e higiene — é possível comer muito bem em qualquer lugar.

Volto ao Brasil com a certeza de que essa missão representou muito mais que uma ponte comercial. Foi uma experiência de aprendizado sobre valores que podemos incorporar ao nosso dia a dia: respeito, compromisso e dedicação. Virtudes que podem nos ajudar a construir um Brasil mais justo, produtivo e sustentável.