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Conheça as novas ferramentas da Agricultura 5.0

Conceito envolve a integração de tecnologias e evolução da digitalização no campo
Conheça as novas ferramentas da Agricultura 5.0
Crédito: Reprodução Pexels

O agronegócio atual certamente é muito diferente da visão que boa parte da sociedade tem sobre as atividades agropecuárias, no que tange as tecnologias e processos ao longo das diversas cadeias de valor.

A começar pelas ferramentas, que se modificaram ao longo dos anos, desde o preparo do solo, que passou a ser mecanizado, o uso de fertilizantes, defensivos agrícolas, biotecnologias e até imagens de satélite e georeferenciamento para agricultura de precisão, que, através de mapas digitais, permitiram otimizar a aplicação de insumos agrícolas.

O GPS, tradução de Sistema de Posicionamento Global por satélites, começou a ser utilizado na década de 1990, sendo um dos principais recursos nas fazendas até hoje, que integrado aos diversos sistemas de inteligência artificial (IA), tornaram as ferramentas de agricultura de precisão ainda mais eficientes, possibilitando o desenvolvimento de máquinas agrícolas autônomas.

Esse é o conceito de Agricultura 5.0, a integração de tecnologias e evolução da digitalização no campo, que vem avançando nos últimos anos, fazendo com que produtores rurais passem a incorporar sensores, drones e plataformas digitais de análise de dados. As novas tecnologias baseadas na inteligência artificial permitem utilizar as informações para fazer previsões, identificar padrões que antes não eram evidentes e otimizar o uso de recursos. Isso significa que no Agro 5.0 os dados são transformados em informações para tomada de decisão em tempo real, trazendo benefícios financeiros, ambientais e sociais.

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O agronegócio é um caso de sucesso no Brasil, já que o País passou de importador a exportador de alimentos nos últimos 50 anos, ou seja, fez a transição de uma agricultura 1.0 para chegar a versão 5.0 através da inovação e incorporação de tecnologias, expandindo a produção principalmente por ganhos de produtividade em comparação com o aumento da área plantada.

Ao longo desse período, o ganho de produtividade foi impulsionado pelo melhoramento genético através de novas cultivares, mais tolerantes e adaptadas ao clima tropical, avanço no uso de fertilizantes, defensivos agrícolas e mecanização, permitindo a adoção da agricultura de precisão. A chegada dos sistemas baseados em IA no campo, será um próximo passo nessa evolução.

Nesse cenário, as máquinas agrícolas mais avançadas são equipadas com GPS de alta precisão, modem de conexão à internet, câmeras de alta resolução e sistemas digitais de machine learning, permitindo que colheitadeiras sejam capazes de analisar, por meio de visão computacional, a qualidade dos grãos e ajustar automaticamente a velocidade e rotação para garantir os parâmetros definidos pelo operador. Outra tecnologia de pulverização permite que um sistema de IA identifique ervas daninhas, aplicando o herbicida somente na planta invasora. Na pecuária drones são usados para monitorar confinamentos, onde as imagens geradas são analisadas por IA que disponibiliza relatórios para eventuais ajustes no manejo dos animais, entre diversos outros exemplos.

Apesar de todos esses avanços, a adoção de tecnologias baseadas em inteligência artificial no agronegócio e a adaptação da estratégia para lidar com a inovação que ela representa é menor que a média das demais indústrias brasileiras. Isso é o que demonstra a 27ª Global CEO Survey da PwC, indicando que a IA generativa foi adotada por 23% das empresas do agronegócio, comparado com 32% das demais; sobre a mudança de estratégia de tecnologia por causa da IA generativa, somente 11% dos respondentes do agronegócio comparado com 34% dos demais.

Considerando o potencial disruptivo das tecnologias de IA no agronegócio, existem muitas oportunidades a serem exploradas, apesar dos desafios de conectividade, infra-estrutura e riscos de segurança cibernética, e para capturar essas oportunidades é importante que as empresas se preparem para operar nesse ambiente de novas ferramentas digitais, o que implica no desenvolvimento de novas habilidades da força de trabalho que certamente terão impactos na competitividade, além da maneira como as empresas criam, entregam e capturam valor.

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