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COP30 propõe ‘mapa do caminho’

Decisões tomadas ao fim e ao cabo das exaustivas confabulações deixaram algo a desejar
COP30 propõe ‘mapa do caminho’
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

“Cada país é dono de definir o que fazer” (Presidente Lula)

A COP30 deixou para amanhã, ou talvez depois de amanhã, o que poderia ser feito hoje, ou já deveria ter sido feito anteontem. O tempo urge, adverte a ciência. As decisões tomadas ao fim e ao cabo das exaustivas confabulações deixaram algo a desejar.

O certame mais simbólico da história ambientalista, com participação entusiástica de multidão de interessados, vindos de todas as partes do mundo, fez de Belém centro das atenções mundiais. Dizer que as conclusões do encontro foram frustrantes significa desconhecer a realidade dos fatos. Pelas disposições regimentais das COPs, a aprovação oficial dos projetos tem que se dar por consenso unânime. Uma única voz discordante das delegações dos países participantes é suficiente para impedir seja a proposta recomendada para execução global. Como já ocorreu noutras ocasiões, projetos relevantes acolhidos com vibração positiva no curso dos debates não puderam ser formalmente agregados aos planos prioritários de trabalho. Não foram retirados de pauta, permanecendo em compasso de espera para avaliação mais aprofundada. A situação descrita retrata muito bem a explicação dada pelo presidente Lula quando afirma que “Estamos no caminho certo, mas na velocidade errada”.

Cabe reconhecer que o evento chegou vitoriosamente ao epílogo. Num ano marcado por vários eventos de repercussão internacional realizados em nosso território, o conclave entra como um momento de forte significação política, social e econômica na história do grande esforço global em prol da defesa do planeta diante das ameaças climáticas. O protagonismo brasileiro está sendo enaltecido em tudo quanto é pedaço de chão de nossa Aldeia Global. Em que pese a pletora de ajustes a serem feitos no ordenamento das diligências aconselhadas no enfrentamento da palpitante questão, nosso País é universalmente apontado, no consenso universal, como o que melhor executa seu dever de casa no tocante a problemática do chamado “efeito estufa”.

À parte o preconceituoso comentário do primeiro-ministro alemão, voz isolada no conjunto dos participantes do certame, Belém do Pará demonstrou plenas condições para acolher a multidão de personagens pertencentes a todas as categorias sociais que para lá confluíram imbuídos da expectativa, mais do que isso, da esperança no sentido de apontar resposta adequada dos assustadores riscos das transformações climáticas.

Alguns indesejáveis problemas registrados na estrutura organizacional do encontro não chegaram a ofuscar o brilhantismo de que o mesmo se revestiu. O “mapa do caminho”, proposta brasileira, recebida calorosamente, por mentes e corações sinaliza seguramente, no futuro próximo, meios mais eficazes pra se chegar à sustentabilidade e transição energética.

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