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Crédito à vista: inadimplência nos condomínios pode diminuir em 2024

Pesquisa recente da Febraban aponta mudanças significativas no cenário financeiro, a partir da queda da Selic
Crédito à vista: inadimplência nos condomínios pode diminuir em 2024
Crédito: Unsplash

A inadimplência nos condomínios brasileiros, influenciada por diversos fatores econômicos e sociais, tem se mostrado um desafio recorrente para o Brasil. Os últimos dados coletados pela uCondo, uma plataforma de gestão condominial com mais de 370 mil usuários cadastrados, mostra que os 4 mil condomínios conectados à plataforma encerraram 2023 com um índice de inadimplência de 24,04%, um aumento considerável desde 2020. Naquele ano, a taxa foi de 14%, enquanto em 2021 e 2022, as taxas foram de 16% e 20%, respectivamente.

Mas, em 2024, essa situação pode mudar. Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas, realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em dezembro, aponta mudanças significativas no cenário financeiro que podem impactar a administração dos condomínios. A projeção de crescimento da carteira de crédito total (que engloba o valor dos empréstimos concedidos pelos bancos, tanto para pessoas físicas quanto para empresas) para o ano aumentou para 8,5%, enquanto 2023 ficou em 6,9%.

O otimismo da Febraban em relação ao crédito está ligado à queda das taxas de juros. Com a perspectiva de facilitação do acesso ao crédito em 2024, existe a possibilidade de que os devedores consigam assumir suas dívidas, o que pode impactar diretamente a taxa de inadimplência em condomínios. Afinal, é plausível que parte desses inadimplentes possa regularizar suas pendências.

Para não depender exclusivamente das taxas dos bancos, existem três estratégias para as administradoras enfrentarem a inadimplência em condomínios. A primeira delas é implementar uma boa gestão do fluxo de caixa. Isso envolve um controle minucioso das receitas e despesas, incluindo o pagamento de fornecedores e serviços como água, gás e energia.

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Mas, atenção: não dependa do Excel ou qualquer outro recurso manual para realizar esse fluxo de caixa. Fazer a contabilidade manualmente está a apenas um passo de errar os números e bagunçar as finanças do condomínio. Utilize ferramentas especializadas para gestão de condomínios. Há diversas plataformas no mercado como a da uCondo.

Leonardo Mack da uCondo
Leonardo Mack, COO e cofundador da uCondo | Crédito: Priscilla Fiedler

A segunda estratégia para driblar o atraso e a falta do pagamento de taxas condominiais é fazer o monitoramento e previsão de inadimplência. Como? Com base na taxa de inadimplência do ano passado, estima-se a inadimplência deste ano. Tomar conhecimento e analisar a realidade financeira do condomínio possibilita a adoção de medidas preventivas e a inclusão da inadimplência no planejamento financeiro para que não falte dinheiro para o pagamento das contas.

A terceira estratégia é estar em conformidade legal e fazer uso de proteções para o condomínio e a administradora. Isso significa seguir rigorosamente a legislação e contratar seguros contra incêndio, contra processos civis e outros que a administradora julgar necessário para mitigar riscos financeiros.

Em resumo, o cenário de inadimplência nos condomínios brasileiros pode sofrer influência direta das mudanças na economia e no acesso ao crédito. Administradoras e condomínios devem adotar medidas proativas, como uma gestão eficiente de fluxo de caixa, previsão de inadimplência e a implementação de proteções legais e seguros para garantir a estabilidade econômica.

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