Crescimento de MG e a expansão das ferrovias

O Estado de Minas Gerais é o sétimo em extensão territorial do Brasil, com seus 586 mil quilômetros quadrados e faz divisas com seis estados e o Distrito Federal. Sua importância geográfica é indiscutível e a sua riqueza mineral ocupa papel estratégico no cenário logístico e econômico do Brasil. No entanto, um dos maiores gargalos enfrentados pelo Estado ainda é o transporte de cargas. Nesse contexto, a infraestrutura ferroviária surge como uma alternativa essencial para o desenvolvimento sustentável, a competitividade econômica e a integração regional.
Em 2024 foram transportados cerca de 390 milhões de toneladas úteis de minério de ferro nas ferrovias brasileiras, superando os anos anteriores, segundo a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários e as exportações de Minas Gerais representaram cerca de 40% desse total.
O novo marco legal das ferrovias no Brasil abre caminho para uma melhoria na infraestrutura e a construção e expansão de novas linhas ferroviárias vai permitir uma melhor integração e escoamento da produção de minérios de Minas Gerais para os portos do Rio e do Espírito Santo.
Os benefícios gerados pelo transporte ferroviário de cargas são reconhecidos por todos, dentre eles podemos citar: redução de custos logísticos, aumento da competitividade das exportações, diminuição de emissão de gases e retirada de estradas caminhões pesados e, consequentemente, a redução do número de acidentes.
Recentemente, a Cedro obteve autorização para construir uma nova ferrovia entre os municípios de Mateus Leme, Igarapé, São Joaquim de Bicas e Mário Campos, interligando com ramais ferroviários que vão permitir o escoamento da produção de minérios para o porto do Rio de Janeiro. O ramal ferroviário Serra Azul é uma shortline de 26,5 quilômetros de extensão com previsão de transporte de até 25 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Para isso, serão necessários a utilização de cinco trens, com até 136 vagões e capacidade de transporte de 106 toneladas cada. Assim, cada trem corresponde a 570 carretas carregadas de minério de ferro que podem deixar de passar pela BR-381, diminuindo a circulação em até 5 mil carretas por dia.
Com investimento estimado em R$ 1,5 bilhão, o projeto da shortline interligará diretamente a produção local, destacando as cinco maiores mineradoras: Trafigura, Mineração Usiminas, ArcelorMittal, Minerita e Comisa – à malha da MRS Logística, facilitando o escoamento de minério até o porto de Sepetiba, em Itaguaí (RJ), melhorando a logística das empresas.
A ferrovia também vai gerar benefícios sociais significativos. A reativação e ampliação de linhas férreas criam empregos diretos e indiretos, movimentam a economia local e incentivam o desenvolvimento de cidades do interior. Estão previstos a criação de cerca de 4 mil empregos diretos e indiretos, durante a construção da ferrovia, que deve ficar pronta até 2030. Do ponto de vista ambiental, o transporte ferroviário é até 70% mais eficiente em consumo de combustível do que o rodoviário.
Fortalecer a infraestrutura ferroviária em Minas Gerais é investir na competitividade do Estado, no equilíbrio ambiental e na melhoria da qualidade de vida da população. A retomada dos trilhos não é apenas um resgate do passado, mas um passo necessário rumo ao futuro mais integrado, produtivo e sustentável.
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