Cuidado com os xaropeiros digitais e as promessas de enriquecimento rápido na internet

Nos dias de hoje, a internet está repleta de promessas de enriquecimento rápido e fácil, especialmente no campo do marketing digital. Não se pode generalizar, mas urge a necessidade de cautela, pois muitas dessas promessas vêm de indivíduos que se apresentam como gurus do marketing, oferecendo fórmulas mágicas para ganhar milhares de reais em pouco tempo e com isso ganham influência e notoriedade no ambiente digital.
No entanto, essa prática não é nova e acompanha a história da humanidade. Um dos exemplos mais conhecidos é o dos vendedores de xarope que percorriam os Estados Unidos no século XIX, prometendo curas milagrosas para todos os tipos de males.
No final do século XIX e início do século XX, os vendedores de xarope eram figuras comuns nas cidades e vilarejos dos Estados Unidos. Eles viajavam de cidade em cidade, vendendo elixires que alegavam curar desde resfriados até doenças graves. Esses vendedores usavam táticas de marketing agressivas e charlatanismo para convencer as pessoas a comprar seus produtos. Muitas vezes, os xaropes continham ingredientes ineficazes ou até prejudiciais, mas a promessa de uma cura rápida e milagrosa era irresistível para muitos.
Hoje, os “xaropeiros digitais” utilizam a internet para alcançar um público ainda maior. Eles prometem fórmulas de sucesso garantido no marketing digital, alegando que qualquer pessoa pode se tornar rica rapidamente seguindo seus métodos. Esses gurus do marketing digital usam testemunhos falsos, resultados manipulados e técnicas de persuasão para atrair seguidores e vender seus cursos e programas.
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Existem quatro similaridades entre os dois fenômenos. A primeira é que tanto os vendedores de xarope quanto os xaropeiros digitais fazem promessas exageradas e irrealistas. Eles oferecem soluções rápidas e fáceis para problemas complexos, seja a saúde ou a situação financeira.
Uma segunda similaridade diz respeito aos testemunhos, pois ambos constroem narrativas de cura ou enriquecimento para validar suas alegações. No caso dos vendedores de xarope, eram pessoas que afirmavam ter sido curadas milagrosamente. No caso dos xaropeiros digitais, são indivíduos que supostamente enriqueceram seguindo suas fórmulas.
As táticas de marketing agressivo são a terceira característica que é comum. Os vendedores de xarope faziam demonstrações públicas e discursos inflamados, enquanto os xaropeiros digitais utilizam anúncios on-line, webinars e redes sociais para promover seus produtos.
Finalmente, a fragilidade legal pela falta de regulamentação permitiu que ambos os grupos prosperassem. No passado, não havia leis rigorosas contra a venda de remédios falsos. Hoje, a internet ainda é um terreno fértil para fraudes e enganações devido à dificuldade de fiscalização.
Podemos concluir que os xaropeiros digitais são a versão moderna dos vendedores de xarope do século XIX. Ambos exploram a vulnerabilidade das pessoas, oferecendo soluções fáceis para problemas difíceis. O grande prejuízo desse tipo de influência é o de iludir as pessoas, especialmente aos jovens das gerações Z e Alpha, com promessas de enriquecimento e solução para todos os problemas do mundo, sem a necessidade de esforço, dedicação, conhecimento e trabalho.
Devemos ser críticos e céticos em relação a tais promessas. Nosso papel é o de mostrar ao público jovem que o investimento de tempo e dinheiro em programas e cursos deve ser feito com cuidado, buscando informações de fontes confiáveis e o apoio de profissionais especializados. Afinal de contas, nossos avós já diziam que “a prevenção é o melhor remédio” e “cautela e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém”.
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