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Déficit de professores: investir para não faltar

Déficit de professores: investir para não faltar
Crédito: Marcus Desimoni/NITRO

Se pensar na educação é pensar no futuro do País, é preciso que se volte as atenções para os professores. Você já se questionou o motivo de a profissão que forma todos os outros profissionais ser tão desvalorizada? Salários baixos, altos níveis de desgaste mental, insatisfação com a carreira e falta de perspectiva são algumas das causas. A consequência: a falta de interesse de novos profissionais pela carreira.

Uma pesquisa da Unesco divulgada neste mês de outubro deixou essa triste realidade ainda mais clara: a quantidade de professores existente no mundo é insuficiente para sanar as necessidades globais na educação. De acordo com os dados, seria necessário que houvesse mais de 44 milhões de profissionais para corresponder às necessidades atuais. Na América Latina e no Caribe a falta registrada foi de 3,2 milhões de profissionais da educação.

O estudo foi realizado em 79 países em todos os continentes do mundo e surpreendentemente aponta para uma melhora no cenário educacional global. Em 2016, última vez que esta pesquisa foi realizada, a falta de professores estava em 69 milhões. De acordo com a Unesco, a situação melhorou mas ainda não garante o atendimento às metas mundiais de desenvolvimento sustentável traçadas pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU até 2030.

Para tentar solucionar o problema e tornar a profissão mais atrativa às novas gerações, a Unesco recomenda sete medidas. Entre elas: investir na formação inicial de professores e em programas de desenvolvimento profissional contínuo; estabelecer programas de mentoria que juntem professores experientes com professores mais novos e incentivem a colaboração entre pares; garantia de salários e benefícios competitivos; simplificação das tarefas administrativas e a papelada para permitir que os professores se concentrem mais no ensino e menos na burocracia; promoção de um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional, reduzindo a carga de trabalho desnecessária; fornecimento de  acesso a serviços de saúde mental e aconselhamento.

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Entendendo que investir na formação dos professores é investir no desenvolvimento da educação do País, a Fundação ArcelorMittal criou, em 2022, a Liga Steam. Uma estratégia educacional que investe na formação de professores dentro da abordagem Steam, que integra o ensino nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática. A Liga Steam é uma resposta a uma das 10 Diretrizes do Desenvolvimento Sustentável traçadas pelo Grupo ArcelorMittal, em 2015, que foram elaboradas a partir dos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável da ONU. Por meio dela, buscamos valorizar professores, para contribuir com o desenvolvimento da educação no País.

A Liga Steam promove formação e valorização de professores da educação infantil ao ensino médio em cidades espalhadas pelo Brasil. Ao todo, só no ano passado, mais 133 mil pessoas participaram das ações que integram a estratégia. Entre elas estão formações gratuitas, prêmios, eventos e ações específicas para incentivar o interesse das meninas nas carreiras exatas, além de outras iniciativas, como a formação de uma comunidade de educadores composta por mentores que apoiam a iniciação de profissionais da educação na abordagem Steam.

Investindo em novas abordagens para a sala de aula estimulamos a aplicação de diferentes metodologias de ensino que beneficiam tanto professores quanto alunos. No caso da Steam, a abordagem estimula a realização de projetos interdisciplinares na escola, baseados em problemas reais.

Para os alunos uma oportunidade de receber uma formação que estimula a criatividade e o pensamento crítico. Do lado dos professores, uma ação tão necessária de estímulo ao desenvolvimento na profissão e ampliação de horizontes. Envolver diferentes setores da sociedade para valorizar o professor, criando condições para que a educação seja premissa para o desenvolvimento do país é também o nosso desafio.

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