Democracia fortalecida: o sentimento nacional repele qualquer ameaça aos direitos fundamentais

“Vejo o inquérito da trama golpista como um dos mais graves da história da Corte” (Ministro Gilmar Mendes.)
O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro declarou-se “estarrecido” e “indignado” com as acusações feitas pela Procuradoria Geral da República apontando-o como chefão das articulações do grupo engajado na trama golpista. As expressões utilizadas são exatamente – por sinal as mais brandas – empregadas nas ruas e lares como tradução do sentimento nacional, diante da nefanda tentativa de ruptura democrática capitaneada pelo ex-chefe do governo.
O descomunal conjunto de provas coletadas pela Polícia Federal e já apreciadas no âmbito da PGR configura, sem a mais pálida sombra de dúvida, uma ação premeditada, calculada em todas assustadoras minudências, com o inequívoco intuito de profanar a legitimidade de uma eleição democrática e mergulhar o País nas trevas do autoritarismo.
A delação do ajudante de ordens, os categóricos depoimentos dos comandantes do Exército e Força Aérea, os vídeos, os áudios, as mensagens e diálogos resgatados dos celulares apreendidos, as reuniões gravadas, as minutas de atos executivos instaurando o caos e por aí vai, tudo no processo deixa à mostra com clareza solar as digitais e as pegadas dos integrantes do clã palaciano, na torpe arregimentação sediciosa.
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No arrazoado do Procurador-Geral incriminando Bolsonaro e outras trinta e três pessoas, entre elas Braga Neto, Vice na chapa derrotada em 2022, são acusados pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e formação de quadrilha. Outra acusação grave imputado ao ex-presidente e companheiros diz respeito ao monitoramento do presidente Lula, vice-presidente Alckmin e ministro Alexandre de Moraes, do STF, dentro de um plano diabólico, denominado “Punhal verde amarelo”, que tinha sob mira o assassinato de todos eles.
A alentada peça acusatória revela como se processou, passo a passo, ao longo de vários meses, o encadeamento dos episódios relevantes que compuseram o enredo do complô contra as instituições republicanas. Os dramáticos eventos do “8 de janeiro”, juntamente com as manifestações nas imediações dos quartéis, arruaças e atentados em Brasília, obstrução de rodovias, agressões e intimidações via internet e outros meios constituíram lances perturbadores orquestrados pelo ativo núcleo operacional comprometido com a derrubada do regime. O importante papel desempenhado pelo Alto Comando Militar na conjuntura política da época é ressaltado pela PGR e PF como fundamental no sentido da abortagem da sinistra conspiração que se achava em andamento.
Caberá agora ao STF avaliar e julgar os fatos. A Democracia sai fortalecida desta história. O sentimento nacional repele toda e qualquer ameaça contra os direitos fundamentais.
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