Desempenho dos investimentos sustentáveis

Atualmente, o mundo vive as consequências de uma crise climática e ambiental sem precedentes. Diante disso, pautas comprometidas com práticas ecológicas, sociais e de governança (ESG) vêm ganhando força, principalmente no mercado financeiro. Os investimentos sustentáveis, como são conhecidos, desempenham um papel crucial ao equilibrar lucratividade com responsabilidade ambiental e social.
Segundo a Anbima (Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), de 2008 a 2022, o país obteve um aumento de 74% no número de fundos de ações enquadrados na temática de governança corporativa e sustentabilidade.
O crescimento se encontra alinhado com o perfil do investidor que se preocupa com ações que sejam ambientalmente e socialmente conscientes para aplicar seu dinheiro em fundos que estejam alinhados com tais diretrizes. E apesar de ser um retorno financeiro a longo prazo, este possui o potencial de obter lucros mais altos do que os investimentos tradicionais. Empresas que realmente levam a sério a gestão do ESG tendem a ser resistentes a crises econômicas e, inclusive, a obter um bom desempenho nesses períodos.
Além da possibilidade de investimento em empresas que adotam a práticas e fundos socialmente responsáveis, o investidor também possui acesso a uma diversa gama de aplicações, como os títulos verdes, emitidos por entidades públicas ou privadas com o objetivo de financiar projetos com benefícios ambientais como energia renovável, eficiência energética e conservação da água.
O significado desse movimento é gigantesco para o Brasil. Detentor de uma rica biodiversidade e por abrigar a Amazônia, também conhecida como o pulmão do mundo, o país possui o interesse de se tornar o grande destino dos investimentos sustentáveis. Um estudo realizado pelo Pacto Global da ONU, em parceria com a Stilingue e a consultoria Falconi com 190 organizações de diversos setores, revelou que 78,4% das companhias incluíram o ESG em suas estratégias de negócios.
Nesse sentido, o país será o primeiro no mundo a adotar novas regras de sustentabilidade no padrão da Fundação IFRS – organização sem fins lucrativos criada para desenvolver padrões de divulgação contábil e de sustentabilidade de alta qualidade, compreensíveis, aplicáveis e globalmente aceitos – na peças de divulgação e comunicação de atividades de sustentabilidade por parte das empresas brasileiras aos investidores, segundo o Ministério da Fazenda e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sendo elas incorporadas voluntariamente em 2024 e de uso obrigatório pelas empresas em 2026.
A movimentação do governo em incorporar o ESG nas peças de informação com tanta rapidez, faz parte da estratégia de se tornar um protagonista mundial de investimentos em questões relacionadas, já que aplicações devem ultrapassar o valor de US$53 trilhões em 2025, de acordo com a Bloomberg. Isso representa um terço do volume total de ativos no mundo no mesmo ano, cuja estimativa é de US$ 140 trilhões.
Em resumo, investir em finanças verdes não apenas traz benefícios econômicos, mas também, realiza o controle da balança financeira ao alinhar valores mercadológicos, como lucratividade com projeções que sejam positivas para o meio ambiente e a sociedade. Essa mudança tem o poder de transformar a economia brasileira ao promover um futuro mais sustentável e economicamente estável para a população frente ao combate das mudanças climáticas e desafios econômicos.
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