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Por que a difusão de inovações no agronegócio impacta no processo de mudanças socioeconômicas das regiões produtoras

Os avanços se difundem num universo para muito além dos pacotes tecnológicos e alinhados à eficiente assistência técnica, extensão rural, aos Centros de “Ciências Agrárias,” e outros sistemas vigentes e conectados com os produtores rurais e suas organizações
Por que a difusão de inovações no agronegócio impacta no processo de mudanças socioeconômicas das regiões produtoras
Crédito: Freepik

A difusão de novos conhecimentos e práticas na agropecuária, como processo de mudanças socioeconômicas abrange todas as regiões produtoras do Brasil, que passa por Minas Gerais, e implica também num conjunto de múltiplos fatores conjunturais nos cenários de campo que fundamentam a tomada de decisão dos produtores nas culturas e criações.

Alinham-se dezenas de fatores associados, entre os quais mais acessos aos mercados interno e externo, pesquisa, propensão ao risco, experiências vividas, complexidades da inovação, níveis educacionais, disponibilidade de insumos agropecuários, lucratividade, mão de obra capacitada, fator uso da terra, gestão como prática recorrente, sustentabilidade dos recursos naturais, agricultura irrigada ou de sequeiro, fatores climáticos, entre outros convergentes.

Portanto, pode-se presumir que a prática da “transferência de tecnologias “não envolve apenas produtos ou inovações gerados pelos sistemas dedicados à pesquisa agropecuária, sendo indispensáveis, mas se difundem num universo para muito além dos pacotes tecnológicos e alinhados à eficiente assistência técnica, extensão rural, aos Centros de “Ciências Agrárias,” e outros sistemas vigentes e conectados com os produtores rurais e suas organizações!

Evidentemente que o Brasil nos últimos 50 anos se tornou uma potência mundial no agronegócio e conquistou mais 105 novos mercados externos e um dos pilares foi e será a Ciência & Tecnologia, que deve ser compartilhada com quem planta e cria e atuam nos 5,074 milhões de propriedades, que englobam os agricultores familiares, arrendatários, médios produtores e grandes empresários.

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Segundo Everett Rogers (EUA), no seu emblemático livro “Difusão de Inovação” (1962), são esses os seis estágios desse processo renovado de mudanças: Conhecimento + Persuasão + Decisão + Implementação + Confirmação +Adoção, mas poderia haver rejeição de parte ou no todo da inovação; adotar ou rejeitar sugere mais pesquisas! A adoção é muito mais fácil explicar do exatamente a rejeição, que poderá ser difusa!

Everett Rogers também segmentou os públicos-alvo estimados em percentuais na curva de adoção acumulada ou seja: Inovadores (2,5%); Primeiros Seguidores (13,5%); Maioria Inicial (34%); Maioria Tardia (34%); Retardatários (16%) =100%, e ao descrever suas características econômicas e sociais.

Entretanto, esses percentuais não são necessariamente cálculos matemáticos, mas emergem probabilidades em função de centenas de condicionantes que atuam na economia rural, dentro e fora da porteira da fazenda, e aplicando-as aos mercados, grãos, fibras, biomassa, produtos florestais, café, frutas, hortaliças, carnes, leite e noutras ofertas do agro MG/BR!

Para se ter uma ideia simplificada, a safra de grãos 23/24 está fundamentada em 78,5 milhões de hectares cultivados no País ou uma área 1,33 vezes maior do que Minas Gerais, o que requer e determinam sistemas mais eficientes de comunicação diária nos cenários rurais, embora já se somam substantivos avanços na difusão de novos conhecimentos na agropecuária e no setor florestal, com boas práticas sustentáveis.

Vale lembrar a frase do pesquisador Eliseu Alves: “O consumidor é o Rei do Mercado.” Mas, quem planta e cria não cultivará a vocação para tomar prejuízo ou operar no vermelho, senão quebra! Aliás, inovação somente existe na prática se for adotada e obtenha a lucratividade no contexto de muitas demandas e ofertas.

E mais, um dos indicadores da versatilidade do agro mineiro foram as exportações de 714 produtos diferentes no valor de US$ 14,3 bilhões em 2023 (Seapa). Haja Ciência & Tecnologia e adotada pelos milhares de produtores rurais sintonizados e conectados com suas habilidades e motivações para inovar!

Nos limites presumíveis da razoabilidade dos retornos dos investimentos rurais, por certo, ainda há espaços consideráveis para maiores ganhos sequenciais de produção + produtividade + qualidade, e ao ampliar a emissão dos certificados de origem.

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