Flagrantes da atualidade: Banco Master, prisão de Bolsonaro e G-20 sem EUA
“O Banco Central liquidou o Banco do Centrão” (comentário ouvido na TV)
1. A patética imagem do ex-presidente Bolsonaro procurando desvencilhar-se da tornozeleira eletrônica dispensa legenda. Pouco importa se o impactante gesto decorreu de “mera curiosidade”, de “surto psicótico”, ou de qualquer outro obscuro propósito. Importa menos, também, que tenha contado com ajuda na manipulação do maçarico empregado para derreter as engrenagens que tanto o incomodavam. No ver de categorizados analistas políticos, o que se “derreteu” mesmo de verdade, na extravagante proeza, foi a credibilidade do personagem, volta e meia flagrado, como noticiário nosso de cada dia atesta, em procedimentos nada condizentes com a condição de líder de facção com presença realçante no jogo político.
O mal-estar produzido, junto aos correligionários pelo incrível episódio ficou patenteado nas reações estampadas nas redes digitais. A “fala” foi uma antes e outra depois da revelação acerca do uso da incandescente ferramenta, não se sabe se antes ou depois da meia-noite, como consta das declarações prestadas por Bolsonaro. A impressão predominante nos círculos jurídicos é de que, por algum tempo, o ex-chefe do governo fique detido na Polícia Federal, mas que, adiante, face ao seu estado de saúde, tal como ocorreu com o ex-presidente Collor, retorne à prisão domiciliar.
2. Os sismógrafos acusam a possibilidade de “fortes tremores” no território político de Brasília. Tudo por conta do escândalo do Banco Master. Tem-se por certo que as falcatruas apuradas implicam figuras exponenciais na vida pública. As ligações do banco estatal do Distrito Federal com o Master são de molde a comprometer seus dirigentes.
Outra situação sob suspeita diz respeito às incompreensíveis críticas, no Congresso, endereçadas a dirigentes do Banco Central, quando do veto que a instituição ofereceu à encampação do Master pelo Banco de Brasília. Na televisão, um comentarista econômico resumiu de forma jocosa o que anda pintando no pedaço: “O Banco Central liquidou o Banco do Centrão”.
3. O G-20, fórum que aglutina as 20 nações com maior capacidade econômica do planeta, reuniu-se na África do Sul reconhecendo que o multilateralismo, o enfrentamento decidido da crise climática e das desigualdades sociais representam alvos prioritários na busca do desenvolvimento. Contrários à agenda debatida, os Estados Unidos de Trump foram o único país ausente ao certame. A presidência do G-20, a ser exercida ano que vem pelos EUA, não pôde ser transferida, como é da tradição, pela presidência do encontro deste ano, confiada ao país anfitrião. Dá procês?
4. Vem agora uma história de estarrecer, não apenas um frade, mas todos os frades de pedra existentes em museus. O governo do Rio de Janeiro estima que as facções criminosas montaram “apenas” 14 (catorze) mil barricadas nas regiões em que atuam. Penoso para os cariocas dormirem com um barulhão desses.
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