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I.A e os estagiários: é preciso estimular o uso da tecnologia com equilíbrio

É essencial que a I.A. seja vista como um suporte e devem ser estabelecidos limites na sua utilização
I.A e os estagiários: é preciso estimular o uso da tecnologia com equilíbrio
Crédito: Reprodução Freepik

Em um mundo cada vez mais digital, a Inteligência Artificial (I.A.) vem transformando a forma como as empresas tomam decisões, fazem a gestão dos processos, realizam atividades e tarefas nas operações, bem como interagem com seus stakeholders. A busca por inovação alcançou um novo patamar no ambiente corporativo, tendo como aliada principal a tecnologia. Tal mudança demanda que os colaboradores desenvolvam novas habilidades digitais, em especial com relação ao potencial da I.A. que extrapola a noção de uma simples ferramenta de consulta ou automação básica. Trata-se de uma revolução que provoca transformações tanto no mundo da educação quanto no mundo do trabalho.

Vale ressaltar que a utilização da I.A. é algo novo e que carece de regulamentação específica, de discussão sobre aspectos éticos, legais e de proteção de dados. Os riscos geram inquietação e receio nas organizações, pois a mesma facilidade tecnológica que automatiza tarefas pode ser vista como uma ameaça ao trabalho humano.

Por outro lado, este cenário abre um leque de oportunidades, em especial para os estudantes que estão vivenciando a experiência do estágio. Como recurso, a I.A. agrega informações e referências ao trabalho diário do estudante, promovendo o melhor aproveitamento do tempo de aprendizado prático conciliado com a jornada acadêmica. Como aliada, auxilia em tarefas como: uso de chatbots para tirar dúvidas rápidas, apoio na escrita e revisão de textos e otimização de tarefas que demandam um maior tempo, como resumo de documentos, geração de ideias e organização de informação.

É essencial que a I.A. seja vista como um suporte e devem ser estabelecidos limites na sua utilização, pois ela não substitui o pensamento crítico, vital para a assertividade de uma solução definitiva para os problemas. Os estagiários precisam ser estimulados ao uso de recursos e ferramentas tecnológicas que facilitem o aprendizado e a resolução de problemas, mas deve haver um equilíbrio para que não se tornem dependentes, única e exclusivamente destes recursos para chegar aos resultados pretendidos.

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Levando em conta as diversas transformações do mundo do trabalho em virtude da I.A., aqueles que nele ingressam precisarão se adaptar, investir em habilidades que correspondam a esse novo contexto. Com a expectativa de levar o leitor a uma reflexão sobre o tema, seguem abaixo algumas estratégias que poderão ser convertidas em oportunidades para os estagiários:

• Investir no desenvolvimento de habilidades digitais, dominando de ferramentas, relacionadas à I.A. e outras tecnologias;
• Trabalhar habilidades humanas que a I.A. não substituirá, tais como as socioemocionais, o pensamento crítico, a tomada de decisões complexas que dependam de julgamento humano, a criatividade e a capacidade de inovação;
• Desenvolver habilidades interdisciplinares, combinando conhecimentos de diferentes áreas para criar soluções inovadoras;
• Estar disponível para vivenciar novidades e assumir novas funções, uma vez que a I.A. já está promovendo o surgimento de novas profissões e novos modelos de trabalho;
• Colaborar com o desenvolvimento da I.A., utilizando-a como ferramenta, trabalhando em parceria com ela e adaptando-se a um ambiente de trabalho colaborativo;
• Desenvolver habilidades relacionadas à gestão de dados, entendendo a importância da coleta, da análise, da interpretação, das ações de proteção e de segurança, bem como do melhor uso dos dados para a tomada de decisões.

O trabalho, o conhecimento e a tecnologia estão cada vez mais interligados, e a I.A. pode ser uma grande aliada dos estagiários, desde que estes estudantes e futuros talentos profissionais estejam dispostos a assumirem a responsabilidade de combinar o uso estratégico dessa ferramenta com o aprendizado prático, o pensamento crítico, o aperfeiçoamento contínuo de habilidades e capacidades para o enfrentamento dos desafios de um mercado dinâmico, inovador e ainda repleto de lacunas.

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