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IA na saúde: o que está mudando na prática?

Tecnologia tem o potencial de ampliar a capacidade humana no cuidado com o paciente
IA na saúde: o que está mudando na prática?
Foto: Adobe Stock

O setor de saúde é um dos que mais tem se beneficiado com o salto da transformação digital resultante do avanço da inteligência artificial. Atualmente, a IA está presente no segmento desde o diagnóstico por imagem até o suporte à decisão clínica, passando por gestão hospitalar, descoberta de medicamentos e até atendimento ao paciente por meio de agentes conversacionais. Segundo dados da pesquisa TIC Saúde 2024, 92% dos estabelecimentos de saúde do Brasil já fazem uso de sistemas eletrônicos para registro de informações dos pacientes, sendo que 17% dos médicos e 16% dos enfermeiros já utilizam inteligência artificial em suas rotinas profissionais.

Já de acordo com um estudo realizado pela McKinsey, 70% dos líderes globais em saúde já adotaram a tecnologia ou estão em processo de implementação. Dados como esses não deixam dúvidas sobre a popularização da IA no segmento, mas, na prática, como ela está sendo aplicada e gerando ganhos tanto para instituições e profissionais quanto para a população?

Sabemos como a inteligência artificial tem o potencial de ampliar a capacidade humana no cuidado com o paciente. Com algoritmos treinados em grandes volumes de dados clínicos, ela é capaz de identificar padrões, prever diagnósticos e apoiar decisões com mais agilidade e precisão. Nesse sentido, as ferramentas de IA aplicadas a exames de imagem, como ressonâncias, tomografias e mamografias, conseguem identificar anomalias com precisão altíssima, muitas vezes comparável à de especialistas humanos. Além de acelerar diagnósticos, essa atuação reduz erros e permite triagens mais eficientes.
Com o apoio de modelos de machine learning, clínicas e hospitais também podem prever o risco de complicações, readmissões e até surtos epidemiológicos, o que permite atuar de forma preventiva, personalizando o cuidado e otimizando recursos.

Outro uso efetivo da IA é nos bastidores, ao otimizar estoques, organizar escalas médicas, prever demanda por leitos, melhorar a logística interna, acelerar o desenvolvimento de novas drogas, analisar interações moleculares, efeitos adversos e combinar milhões de dados genômicos. Com isso, há mais eficiência operacional e redução drástica do tempo e custo de pesquisa, o que traz impactos diretos na sustentabilidade financeira de instituições de saúde.

Há ainda as soluções de IA conversacional, que oferecem suporte 24/7 para agendamento, orientação pré-consulta, dúvidas frequentes e acompanhamento de pacientes, ou seja, serviços que ajudam a melhorar a experiência da população e reduzir a carga sobre as equipes humanas.

Esses exemplos reforçam como a IA na saúde já é realidade e representa uma das maiores oportunidades para tornar o sistema mais eficiente, seguro e centrado no paciente. Com as aplicações certas, é possível combinar tecnologia de ponta com o cuidado humano que a área exige. Porém, é importante compreender que a tecnologia não pode ser um substituto do profissional de saúde, mas, sim, uma aliada e amplificadora de sua capacidade de oferecer o melhor cuidado possível.

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