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A importância do diálogo para a reputação jurídica de uma construtora

No mercado imobiliário, a credibilidade é o ativo mais caro e rentável
A importância do diálogo para a reputação jurídica de uma construtora
Foto: Diário do Comércio / Arquivo / Alisson J Silva

Construtor que evita compreender as reclamações dos clientes, enxerga o diálogo como sinônimo de fraqueza ou escolhe o advogado apenas pelo menor preço acreditando economizar, na verdade assina um cheque em branco para arcar com futuros prejuízos. O risco de uma obra não está apenas na estrutura, acabamentos ou documentação, mas, sobretudo, na forma como a empresa lida com pessoas: clientes, investidores e parceiros.

Erro simples que pode se tornar caro

Quebrou o muro do vizinho, derrubou entulho no carro de alguém ou danificou uma tubulação? Resolva rápido e de forma justa que será sempre mais barato do que discutir. Um problema de R$ 5 mil, se mal conduzido, vira ação de R$ 100 mil. Advogado que adia soluções em vez de construir acordos não defende lucro da construtora, apenas transfere o prejuízo para o futuro. O construtor inteligente precisa de um advogado parceiro, com visão comercial e foco em evitar litígios, não em produzi-los.

Agindo com sabedoria e habilidade a construtora assume o custo do atraso da obra, os vícios de construção favorecendo acordos e fidelizando clientes que passam a indicá-la. Ao deixar de criar justificativas mirabolantes evitam se tornar ré. Muitas vezes, são gerentes e engenheiros truculentos que estimulam litígios que transformam pequenas demandas em grandes ações ao tratarem os clientes de forma desrespeitosa.

A maioria dos clientes não fecha negócio sem antes fazer uma investigação sobre a empresa, o que inclui consultar os processos existentes contra ela. Se o nome da empresa aparece atrelado a dezenas de ações, o comprador foge, assim como o investidor recusa a permuta e o banco endurece a negociação. A reputação jurídica passou a ser tão valiosa quanto a propaganda. Construtoras sem litígios inspiram confiança e vendem mais. Já aquelas com histórico de brigas judiciais tornam-se sinônimo de problema, ainda que entreguem boas obras.

O modelo de advocacia pode ser o vilão

Muitas empresas erram ao contratar escritórios que cobram por número de processos ou petições, deixando de resolver com rapidez. Esse modelo estimula a litigiosidade: quanto mais briga, maior o faturamento do advogado e maior o prejuízo do cliente. A chamada advocacia de partido não atua para solucionar, mas para prolongar o conflito. O resultado é devastador: processos intermináveis, despesas crescentes e um nome da empresa queimado no mercado.

Empresas lembradas pelo bom atendimento e pela postura ética fidelizam clientes e atraem novos contratos. Resolver rápido, reconhecer falhas e indenizar quando necessário não diminui o lucro, multiplica o respeito. O pós-venda jurídico é tão importante quanto padrão do acabamento. Por isso, é recomendável que o construtor analise: “Minhas ações nascem da falta de diálogo ou de uma assessoria jurídica que prefere brigar a negociar?” Construtor inteligente não constrói apenas paredes, constrói credibilidade e ganha prestígio. E a credibilidade é o ativo mais caro e rentável do mercado imobiliário.

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