Menos seguidores, mais resultado: conteúdo gerado por usuários redefine estratégias das marcas

Com a democratização das redes sociais, o protagonismo na comunicação das marcas deixou de ser exclusivo de grandes influenciadores e agências. Hoje, criadores comuns, que, muitas vezes, não tem um número grande de seguidores ou muitas curtidas em suas publicações, geram conteúdos que influenciam decisões de compra, constroem comunidades e trazem resultados mais consistentes para as marcas.
Essa virada de chave, aliás, foi um dos temas debatidos no Web Summit Rio, realizado no início deste mês, durante a mesa “O dilema do algoritmo: como acertar na sua estratégia de marketing nas redes sociais”, onde especialistas reforçaram a importância de priorizar relevância e autenticidade em vez de métricas de vaidade. É nesse contexto que o UGC (User Generated Content, ou conteúdo gerado por usuários) ganha protagonismo como estratégia complementar no marketing digital.
De acordo com dados da Nielsen, 92% dos consumidores confiam mais em conteúdo criado por pessoas comuns do que em publicidade tradicional. O conteúdo gerado por usuários tem um potencial de engajamento 6,9 vezes maior do que aquele produzido por marcas. Além disso, a Stackla mostra que 79% das pessoas dizem que o UGC influencia suas decisões de compra, mais do que qualquer outro tipo de conteúdo.
Mas não se trata apenas de engajamento, vai além. O UGC representa um modelo de produção de conteúdo descentralizado, autêntico e com um custo-benefício superior. Enquanto uma campanha com influenciadores tradicionais pode demandar altos investimentos e longos processos de produção, com vários dias para alinhamentos de briefing, por exemplo, o UGC permite uma operação ágil, acessível e, muitas vezes, com maior conversão. Isso acontece porque o conteúdo é gerado por pessoas que realmente usam o produto ou serviço, em contextos reais, com uma linguagem mais próxima do público.
Essa abordagem também reduz o CAC (Custo de Aquisição de Clientes) e aumenta o ROI. Em vez de apostar apenas em métricas de vaidade (como curtidas e número de seguidores), as marcas que integram criadores comuns em suas estratégias colhem resultados mais sustentáveis e verdadeiros. Autenticidade é um fator decisivo no relacionamento com o consumidor, que está cansado de fórmulas prontas.
É importante ressaltar que isso não significa abandonar campanhas com influenciadores. Pelo contrário. A atuação dos creators tradicionais pode – e deve – ser potencializada com a adoção de uma rede de produtores de conteúdo independentes, que reforçam a presença da marca de forma contínua, em diferentes nichos e formatos. Trata-se de uma evolução do marketing de influência para um ecossistema mais colaborativo.
Além disso, o UGC representa uma oportunidade concreta de geração de renda para criadores que antes não viam no conteúdo uma fonte de monetização. Com plataformas como a Pikko, qualquer pessoa pode transformar sua experiência com produtos em ativos de valor para as marcas. Um conteúdo bem produzido pode ser remunerado e reutilizado em campanhas, sites, e-commerces e redes sociais, gerando ganhos para quem cria e traz resultados mensuráveis para quem investe.
A nova era do marketing digital pede um olhar mais criterioso, em vez de seguidores e curtidas fáceis. É hora de olhar para o engajamento real, a diversidade de vozes e o potencial coletivo de criadores que, mesmo com audiências menores, têm o poder de influenciar mercados. E isso, além de mais inteligente, é mais humano.
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