O mercado de loteamentos mineiro segue forte, mas é hora de olhar para o futuro
O primeiro semestre de 2025 confirmou a força do mercado de loteamentos em Minas Gerais. Foram 4.050 unidades comercializadas entre janeiro e junho, somando R$ 1,42 bilhão em Valor Geral de Vendas (VGV). É um resultado expressivo, que representa crescimento de 7% nas vendas em relação ao primeiro trimestre e mantém a trajetória positiva que temos observado desde 2022. Mesmo com a retração nos lançamentos, que caíram de R$ 1,27 bilhão para R$ 191 milhões no segundo trimestre, o desempenho mostra que o setor segue firme e resiliente.
Esses números revelam algo que sempre defendo: o mineiro continua enxergando o loteamento como um investimento sólido e uma oportunidade segura de moradia e valorização patrimonial. A confiança do consumidor permanece alta e isso tem sustentado o bom desempenho do setor, mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador. Acredito que essa confiança se deve a peculiaridades do lote, que une acessibilidade, previsibilidade e estabilidade de valor ao longo do tempo.
Mas os dados do estudo também nos trazem um alerta importante. A forte queda nos lançamentos acende uma luz amarela. Se não houver reposição adequada de estoques, podemos enfrentar um desequilíbrio entre oferta e demanda nos próximos meses. É por isso que defendo um ambiente regulatório mais previsível e favorável à continuidade dos projetos. Precisamos de políticas públicas que simplifiquem processos e reduzam a burocracia nas aprovações, dando mais segurança jurídica aos empreendedores e tranquilidade aos consumidores.
Outro ponto que merece destaque é a mudança no perfil dos empreendimentos. Os loteamentos abertos, que representavam apenas 8% do VGV no primeiro trimestre, passaram a responder por 53% no segundo. É uma transformação relevante, que mostra o amadurecimento do setor e o surgimento de novas demandas. Hoje, o consumidor busca bairros planejados, sustentáveis e integrados às cidades, espaços que incentivem o convívio, o acesso à infraestrutura urbana e o sentimento de pertencimento. É um movimento positivo, que aponta para um desenvolvimento urbano mais inclusivo e conectado à vida cotidiana das pessoas.
Olhando para o segundo semestre, mantenho o otimismo. O mercado mineiro de loteamentos tem se mostrado consistente, sustentado por uma demanda real por habitação e por investimentos de longo prazo. No entanto, precisamos seguir atentos: o crescimento saudável do setor depende de um equilíbrio entre inovação, sustentabilidade e agilidade nas aprovações. Acredito que 2025 será um ano de consolidação, um momento de unir forças entre empresários, poder público e sociedade para garantir que Minas continue sendo referência nacional em desenvolvimento urbano planejado.
O futuro do setor passa por fortalecer a confiança e a colaboração. Se conseguirmos avançar nessa direção, os próximos meses tendem a confirmar aquilo que já sabemos: o mercado de loteamentos em Minas é e continuará sendo um dos pilares do desenvolvimento econômico e social do estado.
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