Mundo de pernas para o ar: o inesgotável repertório de ‘novidades impactantes’ de Trump

“Eu comprei este carro antes de Elon Musk enlouquecer” (Proprietário de veículos da Tesla na Alemanha)
O repertorio de “novidades impactantes” de Trump é mesmo inesgotável. Cá estão algumas das mais recentes.
O presidente conduziu negociação com o “Tzar” Vladmir Putin dizendo que iria pôr fim na guerra da Ucrânia. Desprezou velhos aliados da Otan, bem como o dirigente ucraniano Zelensky, o que causou estupefação nos círculos diplomáticos e no seio da opinião pública internacional. O surpreendente gesto de aproximação com o presidente russo foi acompanhado do levantamento de sanções impostas pelos EUA a Moscou em razão da tão criticada invasão. A incontinência verbal e arrogância imperial de Trump levaram-no a dizer – vejam só! – que Zelensky provocou o conflito e não passa de um político irrelevante, ditador refratário a eleições. A situação fica mais atordoante quando se toma ciência de que o “acordo”, à revelia dos ucranianos e dos europeus, prevê a posse pela Rússia das terras ocupadas na marra. Isso corresponde a quase 25 por cento da área total do país invadido.
Tem mais; Trump mandou dizer ao presidente da Ucrânia que aceite os termos ou se prepare para perder o país. Por incrível que pareça, foi ainda mais longe: exige do governo de Kiev, como compensação pelo “acordo de paz” proposto, nada mais, nada menos que a outorga do direito de exploração de suas jazidas minerais raras pelos EUA. Emprega outro “argumento poderoso” mirando as riquezas do subsolo ucraniano: a ajuda de quase 200 bilhões de dólares destinada durante o governo Biden ao esforço de guerra do governo da Ucrânia.
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Na data que marcou o terceiro ano da presença das tropas russas no território vizinho, Zelensky declarou que estaria disposto a deixar o cargo, desde que fosse assegurada a entrada de seu país na Otan. A Casa Branca discorda da proposta. Quer na realidade a rendição incondicional da nação agredida.
Noutra frente da turbilhonante atuação do governo Trump, seu vice J.D. Vance, em giro recente por países europeus, criticou causticamente os aliados do “Velho Mundo” pela atitude de isolarem o partido extremista alemão que tenta ressuscitar teorias nazistas. Foi rebatido veementemente pelas lideranças europeias. Assessor de Donald Trump, num encontro de dirigentes ultraconservadores, ergueu o braço duas vezes em inequívoca saudação hitlerista.
Elon Musk, a seu turno, apoiou abertamente a campanha dos extremistas alemães, no pleito recém-findo. Por tal motivo, nas ruas das cidades alemãs carros da marca Tesla circulam com dísticos afixados nos para-brisas contendo os seguintes dizeres: “Eu comprei antes de Musk enlouquecer.” O mundo está mesmo de pernas pro ar. E vem mais coisa por aí…
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