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Nem tudo é novo, mas inovador

Nem tudo é novo, mas inovador
Foto: Reprodução Freepik

Há milênios que são consideráveis os avanços da humanidade por suas conquistas sequenciais, estudiosos, pesquisadores, cientistas, inventores e boas práticas sustentáveis.

A descoberta da escrita creditada aos sumérios há 8 mil anos preservou as “memórias do tempo “numa milenar sequência de manifestações da criatividade humana sem fronteiras num processo evolutivo de mudança e adaptação nessa caminhada rumo ao futuro presumível, que reúne o passado, presente e futuro, que continua sendo uma hipótese a ser testada ao longo do tempo.

Em apenas 23 anos do viger deste século XXI houve a pandemia virótica, invasão da Ucrânia, guerra em Israel contra o Hamas e seus efeitos colaterais, e secas jamais vistas e mensuráveis na bacia Amazônica, embora explicáveis.

Os ganhos da Ciência & Tecnologia são notáveis numa série histórica, principalmente se compartilhados com as sociedades. Contudo, essas inovações, saberes e boas práticas não devem discriminar os países, entre os ricos, pobres e remediados nos complexos cenários econômicos, sociais, e ligados aos recursos naturais, finitos. A sustentabilidade é uma obra solidária e exige também políticas públicas, logísticas, capacitação dos recursos humanos, e trilhões de dólares em investimentos públicos e não governamentais.

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Existe uma corrente de pensamento que aceita a tese de que a tecnologia resolverá os grandes problemas da humanidade, quem saberia, pelo contrário, se ela poderia contribuir para estimular, ainda mais, as desigualdades econômicas e sociais, e por ser presumivelmente seletiva à adoção no campo e nas cidades.

No agronegócio, como conceito e prática, por exemplo, qual seria o futuro da agricultura familiar no Brasil, que reúne 3,9 milhões de estabelecimentos, segundo o Censo Agropecuário de 2017, apesar de bons exemplos regionalizados, entre os quais os queijos artesanais mineiros, cafés e azeites num elenco de outras ofertas do campo para abastecer e exportar. Agricultura familiar e mercados são sinérgicos!

Vale novamente relembrar que o Censo Agro de 2006 registrou, à época, que um universo de apenas 27,3 mil estabelecimentos em 4,4 milhões ou 0,62%, com mais de 200 salários mínimos de renda bruta mensal responderam por 51,1% da renda bruta total em 2006. Essa renda bruta abrange e soma a produção vendida, autoconsumo e indústria caseira.

Na safra de grãos 22/23, o Centro-Oeste (MT/MS/GO), Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia responderam por 257,2 milhões de toneladas de grãos, cereais e oleaginosas em 322,7 milhões ou 79,7%; concentração em apenas sete estados, e liderando o Mato Grosso, com 162,2 milhões de toneladas (Conab).

Pode-se aceitar que nem tudo é novo, mas inovador se houver adoção nos sistemas agroprodutivos, bem como noutras áreas dos conhecimentos humanos nesse constante caminhar, entre avanços e retrocessos.

Além disso, prevalecem elementos fundamentais formados na evolução do planeta Terra há milhões e milhões de anos e estratégicos nesse mundo em constantes mudanças.

Senão vejamos uns poucos exemplos: a energia eólica depende dos ventos; a energia fotovoltaica da luz solar; a energia hidrelétrica da água; a energia nuclear deriva do urânio enriquecido; a energia fóssil do petróleo extraído nos continentes, mares e oceanos.

E mais, há milhões de anos já existiam nas plantas e nos animais o “Código genético”, porém, fato histórico, entre outros relevantes, somente em 1953 que foi descoberta a estrutura tridimensional do DNA humano. Admite-se que os fungos vivam há 1 bilhão de anos na Terra; um fungo deu origem à penicilina! Nem tudo é novo, mas inovador. O 1º projeto de irrigação na agricultura do mundo foi criado pelo Faraó Memes em 3100 a.C. Hoje, já se usa o pivô central irrigante e movido por energia solar!

Nos Andes peruanos, há mais de mil anos, os Incas já dominavam as técnicas de irrigação por gravidade e terraços para cultivos de plantas nas montanhas. Estima-se que 40% da produção mundial de grãos derivam da agricultura irrigada.

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