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Netanyahu, Putin e Maduro e a tensão no cenário internacional

“Chegou o momento de fazer alguma coisa e não apenas lamentar”
Netanyahu, Putin e Maduro e a tensão no cenário internacional
Crédito: Sputnik/Pavel Bednyakov/Pool via REUTERS

“Chegou o momento de fazer alguma coisa e não apenas lamentar”. (Josep Borrell, dirigente da UE)

1) Benjamin Netanyahu não está nem aí. O presidente Joe Biden, dos EUA, alterando um pouco a posição de apoio irrestrito às ações do governo de Israel, asseverou que o primeiro- ministro “faz mais mal do que bem” ao seu país. O presidente da França, Macron, classificou de “inaceitável” a forma utilizada por Tel-aviv na condução do conflito. A presidente da EU, Úrsula Von der Leven, afiança que Israel quer vencer a guerra “matando de fome” milhares de pessoas em Gaza. Outro dirigente da EU, Josep Borrel, brada alto que “chegou o momento de se fazer alguma coisa e não apenas lamentar.” Guterrez, secretário da ONU, falando das mortes e destruições em massa, clamando por uma trégua humanitária, define o que vem acontecendo em Gaza como uma irreparável catástrofe. Nas ruas de Israel, multidões pressionam o governo no sentido de concordar com a cessação das hostilidades visando a liberação dos reféns.

“Médicos Sem Fronteiras” denunciam o colapso total, inédito em guerras do sistema hospitalar e de saúde, revelando que intervenções cirúrgicas, inclusive em crianças, têm sido feitas sem anestesia. Nem assim! Nem com todo esse colossal clamor, que expressa a vontade e o sentimento da quase totalidade de seres humanos em todas as partes do mundo, o imperturbável e inflexível primeiro-ministro se dispõe a deter a avalanche bélica sanguinolenta. Ou seja, interromper a marcha dos tanques, o lançamento de mísseis e a carga da infantaria, por algum tempo, para que se possa discutir a libertação dos reféns, acudir as necessidades básicas emergenciais da população civil acossada sem ter para onde ir. Nem mesmo assim, repita-se, rejeitando argumentos ditados pelo bom senso, externados pelas lideranças políticas e espirituais, Benjamin Netanyahu se dispõe a suspender a contraofensiva e participar de negociações que definam única possível solução para essa longeva crise do Oriente Médio: a criação do Estado da Palestina.

2) A “disputa eleitoral” ocorrida, dias atrás, no vasto império russo conferiu a Vladimir Putin mais um mandato de 6 anos. O “Tzar”, como esperado, por pouco não alcançou a totalidade dos votos. Também, pudera! Todos os opositores “desistiram” ou foram retirados do caminho por métodos bastante “persuasivos”… A nova etapa governamental se estenderá até 2030, o que permitirá a Putin manter-se no poder por três longas décadas, com invasões de terras alheias e tudo mais que compõe sua truculenta carreira política. A propósito da guerra na Ucrânia, provocada pela volúpia expansionista do Kremlin, cabe anotar recente duelo verbal travado entre dirigentes de duas superpotências atômicas, um deles Vladimir.

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Emmanuel Macron, presidente da França, levantou a hipótese de deslocamento de tropas da OTAN para defender a Ucrânia, já que a Rússia sustenta a disposição de não arredar pé das províncias ocupadas. Os líderes dos demais países do Pacto reagiram, incontinenti, desautorizando o dirigente francês. O líder russo, por sua vez, declarou que uma possibilidade dessa representaria um ataque formal ao seu país, o que levaria, fatalmente, a uma guerra nuclear com o extermínio da civilização, já que a Rússia não hesitaria em utilizar as armas nucleares de seu arsenal. Com respeito, ainda à “eleição”, anotemos o que se passou nas províncias ucranianas ocupadas. Militares russos foram de porta em porta levando as cédulas com o nome de Putin para que os moradores a colocassem na “urna móvel”.

3) A Venezuela, de Nicolás Maduro, já fixou a data da próxima farsa eleitoral. Será em junho. Como é de praxe nos regimes autoritários, o caudilho de Caracas só não será “eleito por unanimidade”, se não quiser. Seus opositores já foram todos devidamente afastados da competição. Ou estão amargando prisão ou tornaram-se “inaptos” a concorrer por força da “legislação” vigente.

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