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Nicolás Maduro está preparado para transferir a faixa presidencial?

Atual presidente da Venezuela acatará os resultados do pleito na eventualidade de uma derrota?
Nicolás Maduro está preparado para transferir a faixa presidencial?
Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

As eleições na Venezuela não são justas, nem limpas, nem equitativas, mas vamos ganhar” (Edmundo González Urrutia, candidato da oposição venezuelana)

As eleições na Venezuela serão para valer? Nicolás Maduro acatará os resultados do pleito na eventualidade de uma derrota? Maduro corre o risco de ser desalojado do Palácio de Miraflores?

As respostas a estas e muitas outras perguntas de teor assemelhado começarão a ser dadas nos próximos dias. Mas grande parte de líderes mundiais, da mídia e de observadores da cena política é de parecer que o caudilho, já com 11 anos no cargo, obsecado pelo poder, não irá transferir, jeito maneira alguma, a faixa presidencial. Sua trajetória ao longo da vida pública, suas atitudes recentes alimentam compreensível e forte desconfiança quanto à reação que terá na hipótese de malogro na disputa. Nicolás já proclamou, com todas as letras, sílabas, pontos e vírgulas que a Venezuela mergulhará no caos, num banho de sangue fratricida, numa guerra civil, se não for ungido pelas urnas. Antes da impactante e antidemocrática manifestação, andou praticando toda sorte de arbitrariedades contra adversários, intimidando muitos candidatos, forçando outros a se retirarem do páreo, encarcerando concorrentes, jornalistas e críticos de sua forma autoritária de conduzir os destinos da Nação.

Compete com Maduro o diplomata Edmundo González Urrutia, 74 anos, escritor e acadêmico, alçado à condição de candidato após o “impedimento”, pela Justiça Eleitoral, de María Corina Machado, que vinha liderando amplamente as pesquisas pré-eleitorais. Machado emergiu como figura de supremo destaque da oposição ao denunciar a corrupção, desmandos e má administração reinantes. Acreditando no apoio majoritário da população, com as pesquisas mostrando-se favoráveis ao seu nome, Gonzáles vem sustentando que “as eleições na Venezuela não são justas, nem limpas, nem equitativas, mas vamos ganhar”. Ele acrescenta ser necessário colocar-se um ponto final na era chavista, que já se alonga por um quartel de século.

Os posicionamentos do autocrata de Caracas têm sido objeto de condenação nos países democráticos. O Brasil, pela palavra de Lula, criticou veementemente o que anda acontecendo no país irmão. Maduro, bem ao seu estilo, respondeu de maneira descabida. “Recomendou”, ao presidente do Brasil, que “tomasse um chazinho de camomila” e ainda menoscabou nosso sistema eleitoral, dizendo que os escrutínios daqui, dos EUA e da Colômbia não são auditados, acrescentando, na maior cara de pau, que o complexo de votação de seu país é o mais perfeito do mundo.

Fica, portanto, evidenciado que as eleições na Venezuela, previstas para domingo, 28 de julho, a depender do resultado que brote das urnas, poderá descambar em mais uma nauseante violência contra a aspiração da gente daquele país em seus anseios de liberdade e mudança de rumos políticos com norte democrático.

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