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O que esperar economicamente do segundo semestre de 2024?

Enquanto projeções colocam o País como a oitava maior economia do mundo, há incógnitas que também deixam o futuro apreensivo para o mercado financeiro
O que esperar economicamente do segundo semestre de 2024?
Crédito: José Cruz / Agência Brasil

O primeiro semestre de 2024 chegou ao fim e agora estamos oficialmente na segunda metade do ano. É natural que alguns planos tenham se concretizado, enquanto outros talvez não tenham saído como o esperado. Mas, quando o assunto é a situação econômica do Brasil, o que podemos esperar para os próximos seis meses?

Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam que as novas projeções posicionam o Brasil como a 8ª maior economia global em 2024. Este avanço decorre da previsão de crescimento de 2,2% no Produto Interno Bruto (PIB),  impulsionado pelos setores de comércio, serviços e agropecuária, e do aumento dos investimentos e do consumo das famílias, favorecidos pela redução da taxa Selic e queda na taxa de desemprego.

Apesar das últimas quedas da taxa Selic, o nível atual dos juros básicos no País ainda é impeditivo para empreender. Afinal, apenas deixando o dinheiro parado, rende inflação (IPCA) e mais 6,4% ao ano. A atividade empreendedora precisa ter uma rentabilidade muito atrativa para que o investidor decida correr o risco. É urgente que os juros continuem a cair de modo saudável, sem puxá-lo à força.

Os agentes econômicos precisam ter mais confiança na autoridade monetária e as expectativas de inflação devem estar “ancoradas”. Isso significa convergir para uma determinada banda de oscilação, sem surpresas, o que acalma os ânimos e favorece a criação de um ambiente em que as pessoas estejam confiantes em investir no longo prazo, visto que seus investimentos não serão corroídos pela inflação.

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Devemos prestar atenção à situação econômica atual e considerar como seremos afetados como cidadãos. Muitas questões econômicas podem parecer irrelevantes para o nosso dia a dia, mas ao analisá-las mais de perto, percebemos seus impactos inevitáveis.

Outro fato que evidencia esta preocupação está nos preços dos alimentos, que devem voltar a sofrer com a inflação. Isso acontece devido aos eventos climáticos pelo País e pelo mundo, especialmente com a tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul. O Boletim Focus destaca aumento do preço dos produtos em uma intensidade superior à da inflação geral, que deve encerrar o ano em torno de 3,96%.

Além disso, temos o aumento do dólar, que afeta nossos índices internos de inflação e acaba sendo refletido no cotidiano das pessoas. Com o aumento do dólar, poderemos sentir impactos nos preços de produtos importados, nos custos de produção das empresas e nas expectativas inflacionárias. E quem planeja viajar ao exterior ou fazer intercâmbios fora do país, enfrenta outro desafio: a desvalorização do real.

Resumindo, são muitas variáveis para se dar conta. Portanto, se você não tem um plano financeiro bem estruturado e adaptado a sua realidade, é provável que se perca na vastidão de notícias e acontecimentos, que se tornam meros ruídos em janelas de tempo mais longas. Por isso, monte seu planejamento (ou revise o que já possui), pensando na necessidade de investir, sempre olhando para o longo prazo.

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