O papel das privatizações no futuro de Minas Gerais
O debate sobre privatizações volta a ganhar força em Minas Gerais diante da intenção do governo estadual de avançar, até o fim de seu mandato, na venda de algumas estatais. O tema desperta paixões e divergências, mas é importante que seja tratado de forma técnica e madura, com foco em resultados para a sociedade e não em ideologias.
Privatizar, quando bem planejado e conduzido, é um instrumento de eficiência e desenvolvimento. O Estado não precisa, e nem deve, estar à frente de todas as atividades econômicas. Seu papel é garantir políticas públicas, investir em áreas sociais e regular de forma equilibrada os setores estratégicos. Ao transferir a gestão de determinadas empresas para o setor privado, abre-se espaço para inovação, investimentos, agilidade e melhoria na prestação de serviços.
O Brasil já tem exemplos concretos de sucesso. Setores como telecomunicações, energia e mineração foram transformados após a entrada do capital privado. A expansão do acesso à telefonia e à internet, por exemplo, foi possível graças a um modelo que combinou privatização com regulação forte e metas de universalização. Esse é o ponto central: não é a natureza pública ou privada do prestador que define o sucesso, mas sim a qualidade do modelo, da regulação e da governança.
Por outro lado, é preciso reconhecer que a privatização não é uma panaceia. Quando mal planejada, sem transparência e sem uma regulação eficiente, pode substituir um monopólio estatal por um monopólio privado: ineficiente, caro e descolado do interesse público. Privatizar por necessidade fiscal, sem um projeto de longo prazo, é um erro que tende a custar caro à sociedade.
Em Minas Gerais, as possíveis privatizações da Cemig e da Copasa trazem uma oportunidade histórica. Ambas são empresas sólidas e superavitárias, mas enfrentam limitações estruturais e orçamentárias para expandir investimentos em áreas que exigem rapidez e inovação. Setores como energia e saneamento pedem agilidade, capacidade de alavancar recursos e gestão moderna, fatores que o setor privado tende a oferecer com mais eficiência.
Em síntese, privatizar não é vender o patrimônio público, mas colocá-lo a serviço do cidadão com mais eficiência e responsabilidade. Quando o processo é bem estruturado, a sociedade ganha: o governo reduz despesas e foca em políticas essenciais; o empresário encontra ambiente mais competitivo e inovador; e a população usufrui de serviços modernos, universais e sustentáveis.
Minas Gerais tem diante de si uma oportunidade de avançar com coragem, planejamento e diálogo. Privatizar com responsabilidade é apostar na eficiência, na transparência e no futuro.
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