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As participações de Lula e Trump na ONU

Enquanto o presidente brasileiro abordou temas da conjuntura social, econômica e política, o líder norte-americano se perdeu em um labirinto retórico
As participações de Lula e Trump na ONU
Foto: Ricardo Stuckert/PR e Reuters/Alexander Drago/Proibida reprodução

“A única guerra em que todos saem vencedores é contra a fome e a pobreza.” (Presidente Lula, na ONU)

Pronunciamento impecável. Entrecortada de aplausos, a fala do presidente Lula na cerimônia de abertura da Assembleia Geral da ONU abordou persuasivamente candentes temas da conjuntura social, econômica e política. Exaltou os valores democráticos e humanísticos que conferem dignidade à aventura da vida. Fortalecimento da ONU, ações mais vigorosas em prol da paz, combate eficaz às desigualdades sociais e a fome, implantação do Estado da Palestina como solução definitiva para eliminar os conflitos no Oriente Médio, revisão das prioridades na gestão dos recursos públicos e privados de forma a se alcançar os objetivos sociais que enobrecem o processo civilizatório: estes foram alguns temas colocados à apreciação, de plateia composta demais de uma centena de lideranças mundiais.

Já a manifestação de Donald Trump, segundo Chefe de Estado a discursar na solenidade, seguiu linha conceitual pode-se dizer inteiramente oposta. O ocupante da Casa Branca perdeu-se num labirinto retórico. As palavras proferidas, pejadas de incongruências, suscitaram as costumeiras reações de perplexidade por parte da opinião pública. Criticou acerbamente a ONU, as politicas de assistência a refugiados, registrou falsas informações sobre índices de desenvolvimento e produtividade da economia americana em sua gestão de oito meses. Afirmou, enfaticamente, que o “aquecimento global” não passa de uma farsa. Confessou-se exultante diante da possibilidade de ser agraciado com o Nobel da Paz, por haver “acabado com as guerras…” E por aí foi até, no final, inesperadamente anunciar que acabara de combinar com Lula, numa troca de cumprimentos bastante cordial, um encontro para a discussão de assuntos de interesse do Brasil e EUA. Esclareceu haver simpatizado muito com o líder brasileiro.

Uma indagação muito ouvida em rodas de papo sobre os momentosos assuntos da atualidade diz respeito ao perfil psicológico de Donald Trump. Como definir este poderoso cidadão que entre outros desatinos recentes procura jugular a liberdade de imprensa em seu país e desestabilizar a ordem econômica e política mundial? E que, além disso, no que toca ao Brasil promove a chantagem do tarifaço e aplica, inacreditavelmente absurdas sansões a membros do Judiciário e familiares? A resposta óbvia, num primeiro momento, face ao que anda pintando no pedaço na chamada era Trump, atribui ao personagem a inapelável condição de “lelé da cuca”, doidão de jogar pedra em avião, com estilingue.

Mas, agora, depois desse impressionante desarrazoado transmitido a auditório mundial a partir da tribuna das Nações Unidas, há quem esteja levantando a hipótese de que Donald Trump talvez seja Ser criado por Inteligência Artificial (IA), nalguma experiência laboratorial realizada na famosa e enigmática Área 51…

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