Por que, mesmo mais qualificadas, as mulheres ainda recebem menos que os homens

As mulheres registraram diversas conquistas ao longo dos anos, contudo, ainda seguem precisando superar barreiras impostas pelo pensamento machista e patriarcal, enraizado na sociedade. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, mesmo mais escolarizadas, elas ainda recebem, em média, 21% a menos que eles.
Uma mulher em cargo de gerência ganha cerca de R$ 5.870 reais, enquanto os homens, R$ 7.948. A diferença se mostra ainda maior na área científica e intelectual, ou seja, envolvendo pesquisas, chegando à marca de 36,7%. O único segmento em que elas apresentam uma ligeira vantagem é no militar.
O problema não se restringe somente ao salário, uma vez que mesmo mais capacitadas, as chances de alcançarem cargos de liderança são inferiores. A estimativa é que apenas 39% delas se encontrem nessa posição.
As estatísticas do IBGE revelam que 21,3% das brasileiras, acima de 25 anos ou mais, são graduadas, índice quase 5% maior que entre os homens (16,8%). A presença feminina seria maior em áreas ligadas à atenção e cuidado com o próximo, como a enfermagem, composta, quase majoritariamente, por mulheres (92%) e, menor nas ciências, correspondendo a 22% dos formandos.
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Diferentes fatores sociais e estereótipos estão por trás dessa tendência, definindo características que seriam mais voltadas para cada um dos gêneros, elevando a dificuldade daquelas que decidem se aventurar em uma área dominada por homens, de se manterem no mercado de trabalho e conquistarem seus sonhos.
É importante lembrar que a Lei 14.611/2023, de igualdade salarial, proíbe a diferença salarial pautada em etnia, sexo e/ou idade, entre profissionais que ocupam o mesmo cargo. As empresas devem prestar contas sobre essa remuneração ao governo.
O feminismo ainda é essencial na sociedade para garantir a igualdade das oportunidades femininas mediante as masculinas e os dados do projeto “Estatísticas de Gênero”, do IBGE, permitem uma melhor visualização da realidade nacional, facilitando também, a aplicação de iniciativas para uma mudança social, começando pela mentalidade das lideranças e empresas.
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