Precisamos considerar o potencial estratégico do talento humano

Estamos vivendo um contexto repleto de mudanças em que cada cenário apresentado, exige crescente valorização do potencial e do talento humano. Portanto, quando falamos que está acontecendo uma revolução no que compreendemos por “talento humano”, devemos considerar que esta é uma prioridade estratégica a ser pautada pelas lideranças corporativas, independentemente do porte da organização.

Gary Hamel é uma importante referência na área da gestão estratégica e da inovação organizacional. O autor costuma discutir a importância do capital intelectual e a necessidade de adaptação por parte das empresas à nova realidade do mundo do trabalho. O que nos leva a pensar que se a organização agrega valor ao seu patrimônio com o conhecimento de seus colaboradores, investir nos talentos e prepará-los para um futuro repleto de desafios, deve fazer parte de um planejamento estratégico eficaz.

O argumento acima recebe amparo nas ideias de Peter Drucker que já antevia a importância do conhecimento e do trabalhador do conhecimento em suas obras.

No que diz respeito à liderança, este é um aspecto que exige preparação e o desenvolvimento dos diversos tipos de inteligência, em especial aquela que trabalha com as emoções e os sentimentos. Ao considerarmos o conceito de Liderança 4.0 que envolve um conjunto de práticas para gerir equipes e processos em um ambiente de mudanças rápidas, como o da era digital, a inteligência emocional ganha ainda mais destaque. Isso porque o líder deve ser capaz de inspirar e engajar equipes, proporcionando também condições de melhor adaptação às mudanças.

A cultura da organização é outro fator importante para potencialização do talento humano, uma vez que o ambiente poderá propiciar e incentivar ações e interações colaborativas, inovadoras e orientadas para as pessoas como um diferencial competitivo.

Estes aspectos podem proporcionar experiências positivas e significativas para os colaboradores em todas as etapas da jornada, desde a atração até a saída da empresa. Por outro lado, caso não haja uma estratégia pensada para o fomento e oferecer experiências edificantes, os colaboradores poderão ser frustrados em suas jornadas.

Na estratégia voltada para a preparação de talentos humanos como líderes e profissionais alinhados com a revolução que estamos vivenciando, as empresas precisam reservar recursos – humanos, materiais, financeiros e tecnológicos – para o desenvolvimento contínuo das pessoas, oferecendo oportunidades de aprendizado e crescimento. As atuais e as novas tecnologias já fazem parte das nossas vidas com aplicativos, ferramentas, softwares e equipamentos tecnológicos que otimizam processos e melhoram a comunicação, aumentando também a produtividade.

Além do investimento do desenvolvimento de habilidades técnicas e soft skills, vitais para o desenvolvimento profissional contínuo para a aprendizagem ao longo da vida, há que se pensar também no equilíbrio entre a carreira profissional, a saúde física e mental. Quando não estamos bem, mental ou fisicamente, isso influenciará no nosso desempenho e no nosso bem-estar no trabalho.

Assim sendo, a estratégia organizacional alinhada para potencializar talentos humanos, deve promover a saúde física e mental dos colaboradores, criando ambientes de trabalho mais saudáveis e equilibrados.

Podemos concluir que somos cada vez mais digitais e complexos, nossos desafios perpassam pela gestão de talentos humanos e adaptação às novas realidades em um cenário em que a revolução digital está redefinindo o trabalho, as habilidades necessárias e a forma como as empresas se relacionam com seus colaboradores.

Diante disso, a área de Recursos Humanos (RH) absorve uma grande responsabilidade, pois é por meio dela que as novas realidades são melhor compreendidas e assimiladas. Capacitação, treinamento e preparo são significativamente importantes para lidar com as adversidades.