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Da ‘química’ ao diálogo: a conversa entre Lula e Trump

Durante a semana, o presidente dos EUA fez uma chamada por videoconferencia ao presidente do Brasil de cerca de 30 minutos
Da ‘química’ ao diálogo: a conversa entre Lula e Trump
Foto: Reprodução | AFP

“Vamos, agora, para o ganha a ganha” (Vice-presidente Geraldo Alckmin)

A “química”, mencionada por Trump sobre o encontro de 39 segundos, com Lula, nos corredores da ONU, funcionou bem, para agrado de quase todo mundo. O presidente dos EUA fez uma chamada por videoconferencia ao presidente do Brasil. Ambos travaram animado papo que se estendeu por 30 minutos e que foi definido, de parte a parte, como altamente positivo. Ficaram acertados outros contatos em breve, no Brasil e nos EUA, conforme Trump. Até lá, as tratativas com vistas a se achar solução satisfatória para o contencioso criado a partir do tarifaço serão conduzidas, do lado do Brasil, pelo por Geraldo Alckmin, coadjuvado pelos ministros das Relações Exteriores e Fazenda. A equipe dos EUA será coordenada pelo Secretário de Estado Marco Rubio.

No diálogo a longa distancia, o Chefe do Governo brasileiro ponderou a relevância da revogação da sobretaxa dos nossos produtos, bem como a eliminação das sanções aplicadas às autoridades do Judiciário. Fontes do Itamaraty levantam a hipótese de que um encontro presencial entre os dois dirigentes possa ocorrer no final do mês, por ocasião de reunião de países do sudeste asiático, na Malásia. O cenário armado, agora, parece bastante promissor para entendimento que atenda aos interesses recíprocos, postas a escanteio quaisquer exigências lesivas à soberania brasileira, como se pretendeu no inicio do chamado “ciclo do tarifaço”.

Afirmando que “vamos partir agora para o ganha – ganha”, o vice Alckmin refletiu o “otimismo precavido” que se apossou, depois do papo, dos negociadores da banda brasileira. Como prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, os negociadores estão acautelados quanto ao fato de manterem os aparelhos de percepção pessoal sintonizados na marcha dos acontecimentos, levando em conta a eventualidade de algum sinal fora do roteiro traçado, emitido pelo imprevisível ocupante da Casa Branca.
Essa momentosa questão da almejada reaproximação diplomática e política das duas grandes Nações, vinculadas por estreitos laços de solidariedade há mais de 200 anos é acompanhada com vibrante atenção pelas forças vivas da sociedade brasileira. Os setores produtivos que encontram no mercado estadunidense referência maiúscula para alentadora reciprocidade de negócios, mostram-se exultantes com a perceptiva do “mal-entendido” poder ser corrigido.

Diminuta facção dos redutos políticos, contaminada pelo vírus do fanatismo ideológico, apostando alto no “quanto pior, melhor”, torce nas redes sociais para que tudo, no “frigir dos ovos”, dê errado, para que as negociações entrem pela tubulação, de modo a que as injustas e insanas sanções perpetradas contra o Brasil e os brasileiros jamais se desfaçam. Tudo para que suas sombrias ambições de poder a qualquer preço prevaleçam sobre os sagrados interesses da pátria.

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